O Surrealista não morre. Enquanto há vida, há coisas surreais para ver, ouvir, cheirar, rir, chorar...
Para mim, um homem não deixar passar uma senhora primeiro - SURREAL! Para esse homem... Indiferente. Insignificante.
Para mim, ver uma velhota de 156 anos a guiar - SURREAL! Para ela? Acho que já tudo lhe passa ao lado...
SURREAL - o Peace & Love ter sido o efeito de uma droga dos anos 60 e não a droga da humanidade de todos os séculos. SURREAL...
O Surrealista não morre, no entanto, as coisas surreais foram tão banalizadas que já são normais e o que era surreal passa despercebido (como o STOP no cruzamento que a senhora de idade não viu...), e aí teremos que mudar o nome deste belo blog para O NORMALISTA ou TRIVIALISTA...
A verdade é que dou por mim a sentir-me SURREAL neste novo mundo de valores trocados e indiferença. A preguiça emocional instalou-se e já não é chamada de preguiça.
O SURREAL que se descreve (ou que, pelo menos eu descrevo) neste espaço virtual é "chapa 4" "lá fora".
Corremos um perigo enorme neste século, perigo esse que julgo ser um dos maiores que já corremos: a Banalização do Surreal. A Liberdade de expressão e de Imprensa e todas essas liberdades que nos eram recusadas trazem consigo muitas vantagens, mas trazem consigo a desculpabilização e a desresponsabilização, porque distraídos que estávamos a ser livres, esquecemo-nos das nossas responsabilidades. Esquecidos que estávamos a não julgar o próximo, fechámos os olhos. Empenhados que estávamos em acabar com os tabus, que já se fala de tudo, não se discutindo nada...
SURREAL... É não saber o que é surreal.