sexta-feira, março 03, 2006

Cartoons


Fonte: Visão de 2 de Fevereiro de 2006

Enquanto o mundo se vai apoquentando com histórias de cartoons e o CDS-PP vai ralando o seu Ministro-Alvo dr. Freitas do Amaral por não ter dado uma reposta digna de um fundamentalista da liberdade de expressão... aqui o povo vai assistindo com grande passividade ao triste espectáculo da história que alimenta o cartoon desta semana da Visão.
O CDS lá vai atirando pedras ao seu Pai Pródigo (!) mas nem um minuto sequer sobre a mais elementar das regras da comunicação social livre e, já agora, também um dos pilares da tão-bem-lembrada liberdade de expressão: o compromisso triangular que junta fonte (aquele que dá a informação), jornalista (aquele que a veicula) e leitores (aqueles que a lêem). Basta um deste elos falhar e aí temos a ameaça de deixarmos de ter jornalismo livre no nosso país... O caso envelope 9 e rusga na redacção do 24 horas é um bom exemplo de comoainda temos tiques bem vincados de provincianismo e infantilidade nesta nossa novel democracia portuguesa.

2 Comments:

Blogger gripes said...

Venho colocar algumas questões sobre o assunto do envelope 9. Esclareçam-me, sff, porque não acompanhei o assunto de perto e há algumas coisas que passam-me ao lado.

Ora bem, o 24 Horas divulgou dados sobre as escutas feitas a pessoas importantes (aquelas da Assembleia e coisas). Os dados que divulgou foram fornecidos por alguém que furou o esquema e revelou um segredo de justiça.
O jornalista, sabendo que era um segredo de justiça, publicou na mesma.
Há drama. A PJ vai às instalações do 24 Horas e apreende os computadores dos jornalistas em questão.

A minha pergunta, que se tornarão em várias, é: qual é o problema?
Isto é, o jornalista não é tão culpado como o delactor (para não dizer bufo)? E o segredo de justiça não está bem acima de qualquer profissão ou de qualquer sigilo profissional? Não é preciso castigar quem corroborou nesta questão?

Dizem-me que é contra os direitos da Homem a PJ ficar com os computadores deles. Que ainda se vive no fascismo ou provincionismo.

Esclareçam-me que, humildemente, não percebo o busílis deste drama. Se calhar não sei de tudo, se calhar não tenho a noção da gravidade deste assunto (ou acho mais grave revelarem um segredo de justiça do que, para fins investigacionais, se tirem dois pcs a jornalistas).
Elucidem-me, sff.


PS- sinceramente, este comment não é minimamente irónico.

4:45 da tarde  
Blogger Afonso Vaz Pinto said...

Julgo que a questão central em toda esta polémica se centra num aspecto fundamental para a nossa democracia e para a defesa do Estado de direito: a necessidade de proteger as fontes que de forma interesseira ou não (esta segunda seria de longe a melhor) revelam histórias a um determinado jornalista que depois a revela a todos os outros cidadãos. O segredo de justiça deverá ser retido na fonte. Se essa fonte decide revelá-la caberá de facto ao jornalista averiguar se, ao revelá-la, está ou não a ferir os preceitos juridicos que impedem que aquela informação seja veiculada (este é um aspecto tão importante para a democracia como o anterior). De facto não sei ao certo do que se tratava nesta questão do envelope 9. Mas do surrealismo da entrada hollywoodesca e a sensação que fica de se estar a penalizar o mensageiro e não quem revelou a mensagem deixa muito fumo nesta polémica toda.

1:16 da manhã  

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