sábado, dezembro 31, 2005
quinta-feira, dezembro 29, 2005
Mais vale prevenir.
Como provavelmente sou das 7 pessoas (mãe, pai, irmã e alguns desconhecidos) de Lisboa que sentiu os dois sismos da madrugada de hoje, resolvi partilhar a pesquisa que fiz. Uma pesquisa para o "just in case".
Existem duas maneiras diferentes de medir um sismo: pela sua magnitude e pela sua intensidade.
A magnitude é mensurável pela famosa escala de Richter ( composta por 9 graus) e indica a amplitude das ondas sismícas. Cada grau desta escala corresponde a um aumento de energia 30 vezes superior ao grau anterior. Esta é uma forma quantitativa de medir o sismo.
A intensidade é determinada pelos efeitos consequentes ao sismo - danos nos edifícios ou vibrações sentidas pela população. Os efeitos são escalonados em XII níveis de natureza qualitativa - a mais conhecida é a Escala de Mercalli.
Como já sabemos Lisboa é um local propício para estas coisas e por isso, e este sim é o objectivo do meu post, seguem umas dicas sobre o que se deve fazer.
1) Elaborar um plano com a nossa família (para quem vive com a família, entenda-se). Combina-se os procedimentos e um local de encontro depois do sismo.
2) Kit emergência - água engarrafada, comida enlatada, lanterna, rádio portátil, pilhas de reserva (para ambos), estojo 1ºs socorros.
3) Se em Casa/Edíficios: identificar os sítios mais seguros, como vãos de portas, cantos de paredes mestras, debaixo de mesas e camas. Manter distância de objectos grandes e pesados ou de janelas (estilhaços). Esperar que o sismo acabe e sair com calma.
Se na Rua: dirija-se para locais abertos longe do mar ou de cursos d'água. Cuidado com possíveis quedas de objectos, cabos ou fios eléctricos. Acrescento: paredes, árvores, janelas, casa inteirinhas, etc.
Se está a Conduzir: pare o carro longe de prédios, muros, postes, cabos de alta tensão e permaneça dentro dele.
4) Depois:
- Corte água e gás. Desligue a eletricidade;
- Não fume ou acenda lume - pode haver fugas de gás (como se fosse possível não puxar aquele!!);
- Nunca utilize elevadores;
- utilize lanternas e utilize o rádio para possíveis recomendações;
- não utilize o telefone a não ser numa emergência extrema;
- não bloqueie as ruas com o seu automóvel ou a passear - deixe as viaturas de urgência passarem.
E no fim de tudo, quando uma pessoa já acha que passou pelo inferno ainda dizem: MANTENHA A CALMA E CONTE COM POSSÍVEIS RÉPLICAS.
aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!!!
*adaptação de Risco Sísmico da Cidade de Lisboa - CML.
Existem duas maneiras diferentes de medir um sismo: pela sua magnitude e pela sua intensidade.
A magnitude é mensurável pela famosa escala de Richter ( composta por 9 graus) e indica a amplitude das ondas sismícas. Cada grau desta escala corresponde a um aumento de energia 30 vezes superior ao grau anterior. Esta é uma forma quantitativa de medir o sismo.
A intensidade é determinada pelos efeitos consequentes ao sismo - danos nos edifícios ou vibrações sentidas pela população. Os efeitos são escalonados em XII níveis de natureza qualitativa - a mais conhecida é a Escala de Mercalli.
Como já sabemos Lisboa é um local propício para estas coisas e por isso, e este sim é o objectivo do meu post, seguem umas dicas sobre o que se deve fazer.
1) Elaborar um plano com a nossa família (para quem vive com a família, entenda-se). Combina-se os procedimentos e um local de encontro depois do sismo.
2) Kit emergência - água engarrafada, comida enlatada, lanterna, rádio portátil, pilhas de reserva (para ambos), estojo 1ºs socorros.
3) Se em Casa/Edíficios: identificar os sítios mais seguros, como vãos de portas, cantos de paredes mestras, debaixo de mesas e camas. Manter distância de objectos grandes e pesados ou de janelas (estilhaços). Esperar que o sismo acabe e sair com calma.
Se na Rua: dirija-se para locais abertos longe do mar ou de cursos d'água. Cuidado com possíveis quedas de objectos, cabos ou fios eléctricos. Acrescento: paredes, árvores, janelas, casa inteirinhas, etc.
Se está a Conduzir: pare o carro longe de prédios, muros, postes, cabos de alta tensão e permaneça dentro dele.
4) Depois:
- Corte água e gás. Desligue a eletricidade;
- Não fume ou acenda lume - pode haver fugas de gás (como se fosse possível não puxar aquele!!);
- Nunca utilize elevadores;
- utilize lanternas e utilize o rádio para possíveis recomendações;
- não utilize o telefone a não ser numa emergência extrema;
- não bloqueie as ruas com o seu automóvel ou a passear - deixe as viaturas de urgência passarem.
E no fim de tudo, quando uma pessoa já acha que passou pelo inferno ainda dizem: MANTENHA A CALMA E CONTE COM POSSÍVEIS RÉPLICAS.
aaaaaaaaaaaahhhhhhhhhhhh!!!
*adaptação de Risco Sísmico da Cidade de Lisboa - CML.
quinta-feira, dezembro 22, 2005
Parabéns Surrealistas
Este blog nasceu a 22 de Dezembro de 2004, há precisamente um ano. Caros companheiros de aventuras, desde os colaboradores directos do Surrealista aos amigos que nos costumam visitar, muitos parabéns a todos. Obrigado.
Nota: A partir de 2006 o Surrealista vai aparecer com cara lavada e algumas inovações como música, video e o que mais anós consefuirmos desencantar. Abraço.
Já vai tarde...
Eu sei que isto já se passou há uns dias, mas não tenho tido tempo.
Ora portanto, aqui vos deixo umas pérolas que saíram no Público a propósito da agressão feita a Mário Suores por parte de um ex-combatente da guerra colonial:
(...) Soares explicou que ainda pensou processar o ex-combatente por difamação, caso ele "fosse uma pessoa consciente". No entanto, logo desistiu dessa hipótese, após se ter informado. "É um atrasado mental. Coitado, é um pobre homem", rematou o candidato.
Por seu lado, a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, com sede nacional em Braga, condena "veemente" esta atitude do seu filiado, embora Abílio Rocha, presidente da assembleia-geral, duvide que o agressor tenha as quotas em dia e assegure que não é dirigente da instituição. (...)
Ora portanto, aqui vos deixo umas pérolas que saíram no Público a propósito da agressão feita a Mário Suores por parte de um ex-combatente da guerra colonial:
(...) Soares explicou que ainda pensou processar o ex-combatente por difamação, caso ele "fosse uma pessoa consciente". No entanto, logo desistiu dessa hipótese, após se ter informado. "É um atrasado mental. Coitado, é um pobre homem", rematou o candidato.
Por seu lado, a Associação Portuguesa dos Veteranos de Guerra, com sede nacional em Braga, condena "veemente" esta atitude do seu filiado, embora Abílio Rocha, presidente da assembleia-geral, duvide que o agressor tenha as quotas em dia e assegure que não é dirigente da instituição. (...)
in Público 12 Dez 2005
???
Ah... então se não tem as cotas pagas está tudo bem.
Ai Pátria...
Bom !!! Natal
quarta-feira, dezembro 21, 2005
Mar me quer ou nem por isso
Enquanto oiço vozes que cantam, vozes do novo blog do amigo Afonso, o Mar Me Quer, fecho os olhos e lembro essa terra quente, onde as caras têm sorrisos rasgados e os são olhares puros e penetrantes.
Saudades? Talvez. A verdade é que para além das saudades persegue-me sempre a dúvida. A dúvida sobre o que se passa por lá, o que é feito dos amigos que lá fiz e deixei. Será que quando voltar, voltar a essa minha outra terra, a essa minha outra casa, as caras de sempre ainda lá estarão? Será que ainda se vão lembrar de mim? Ainda saberei ouvir uma gargalhada e um “mano João anima!!!!”? Será que ainda saberei correr atrás deles curtindo, entre cada inspiração ofegante, a alegria simples de quem descobre na rotina o Mundo pela primeira vez? Tenho vontade de saber se ainda sei ouvir esse grito silencioso e contagiante que lhes sai do coração. Mas saudade? Sim, talvez também as tenha…
O som da televisão ligada, lá longe, puxa-me de volta à casa de cá. Esta casa também é minha, não a nego nem a mal digo. Esta é uma situação complicada. Afinal custa viver em duas casas.
Enquanto volto à realidade vou-me perguntando se sou sortudo ou azarado por ter neste meu coração duas moradas.
Saudades? Talvez. A verdade é que para além das saudades persegue-me sempre a dúvida. A dúvida sobre o que se passa por lá, o que é feito dos amigos que lá fiz e deixei. Será que quando voltar, voltar a essa minha outra terra, a essa minha outra casa, as caras de sempre ainda lá estarão? Será que ainda se vão lembrar de mim? Ainda saberei ouvir uma gargalhada e um “mano João anima!!!!”? Será que ainda saberei correr atrás deles curtindo, entre cada inspiração ofegante, a alegria simples de quem descobre na rotina o Mundo pela primeira vez? Tenho vontade de saber se ainda sei ouvir esse grito silencioso e contagiante que lhes sai do coração. Mas saudade? Sim, talvez também as tenha…
O som da televisão ligada, lá longe, puxa-me de volta à casa de cá. Esta casa também é minha, não a nego nem a mal digo. Esta é uma situação complicada. Afinal custa viver em duas casas.
Enquanto volto à realidade vou-me perguntando se sou sortudo ou azarado por ter neste meu coração duas moradas.
terça-feira, dezembro 20, 2005
Cansaço
Ia escrever um texto mas isto hoje já deu o que tinha a dar. Talvez amanhã corra melhor...
PS (D) - Não sei se repararam mas hoje à tarde tivemos circo na televisão. Os palhaços continuam em grande…
PS (D) - Não sei se repararam mas hoje à tarde tivemos circo na televisão. Os palhaços continuam em grande…
quinta-feira, dezembro 15, 2005
O Pasto Verde e as Vacas...( múúú para aqui múúú para ali mas nada de jeito)
Meus caros, estamos a presenciar algo de verdadeiramente histórico, pela primeira vez na história de Portugal todos os apoiantes das diferentes candidaturas a Belém são unânimes, quer isto dizer, estão de acordo.
Todos dizem, da direita de (ai meu Deus que engoli um cabo de vassoura) Cavaco Silva à esquerda radical de (eu é que sou o dono da razão, eu é que sei) Louçã, passando pelos gémeos siameses amuados com uma diferença de idades (eu sou um jovem…hummm…há!!!!! De oitenta e tal anos, não me lembro bem de quantos….), Mário Soares e (Eu sou um Camões dos tempos modernos mas um Camões independente, de esquerda, que nada te a haver com o PS) Manuel Alegre, que esta está a ser a campanha mais chata de todo o sempre. Nada de novo, nem uma falta de respeito, nem um insulto, nem um ordinário dito entre dentes.. Nada!!!!!!!!!!! Bons tempos esses em que o filho batia na mãe para conquistar um reino ou, mais recentemente, em que um candidato não cumprimentava o outro no fim do debate. Esses sim, esses eram os dias da verdadeira política.
As perguntas que ficam são:
Estaremos perante um País maduro e que aprendeu a debater ideias? Ou antes, terá a politica caído em tal descrédito que já ninguém sabe ou quer saber o que se passa?
Todos dizem, da direita de (ai meu Deus que engoli um cabo de vassoura) Cavaco Silva à esquerda radical de (eu é que sou o dono da razão, eu é que sei) Louçã, passando pelos gémeos siameses amuados com uma diferença de idades (eu sou um jovem…hummm…há!!!!! De oitenta e tal anos, não me lembro bem de quantos….), Mário Soares e (Eu sou um Camões dos tempos modernos mas um Camões independente, de esquerda, que nada te a haver com o PS) Manuel Alegre, que esta está a ser a campanha mais chata de todo o sempre. Nada de novo, nem uma falta de respeito, nem um insulto, nem um ordinário dito entre dentes.. Nada!!!!!!!!!!! Bons tempos esses em que o filho batia na mãe para conquistar um reino ou, mais recentemente, em que um candidato não cumprimentava o outro no fim do debate. Esses sim, esses eram os dias da verdadeira política.
As perguntas que ficam são:
Estaremos perante um País maduro e que aprendeu a debater ideias? Ou antes, terá a politica caído em tal descrédito que já ninguém sabe ou quer saber o que se passa?
quarta-feira, dezembro 14, 2005
Seca
Fonte: galeriadoshorrores.blogspot.com
É impressionante a verdadeira seca em que se tem transformado esta pré-campanha das presidenciais. Tudo indicava que até Janeiro as coisas iam começar a aquecer, principalmente com os debates (ou entrevistas cruzadas). Mas nada. Até agora, só vi um. O primeiro, entre Cavaco e Alegre. A partir daí comecei a cortar, a cortar e agora já só ponho na agenda a prestação de Cavaco e Soares, na próxima segunda-feira.
Ainda por cima sou licenciado em Ciência Política e interesso-me por tudo o que mete política. Devia ser dos que resistem à seca, se mantém firmes diante da televisão e que assiste, ao menos, aos debates. É estranho… Até a tentativa de chapada em Soares passou completamente ao lado.
segunda-feira, dezembro 12, 2005
Mar me quer
Caríssimos, decidi embarcar num novo projecto bloguístico... o Mar me quer. O primeiro a solo. O Surrealista, continua. Apesar de não ter havido tempo. Aliás, aproveito para informar que fazemos um ano de vida no próximo dia 22. Só não o podemos festejar com um café no Yate por está fechado para férias, só reabrindo no dia 7 de Janeiro.
Bem... apareçam então no www.marmequer.blogspot.com. Estão todos convidados. Prometo não falar de política neste blog...
Bjs e abraços
Bem... apareçam então no www.marmequer.blogspot.com. Estão todos convidados. Prometo não falar de política neste blog...
Bjs e abraços
sexta-feira, dezembro 09, 2005
Cruzes canhoto
«Argumentos à parte, quando tiram cruzes da escola, não tiram Cristo».
Nas últimas duas semanas tem-se assistido a diversas trocas de mimos de por causa da presença de crucifixos nas escolas públicas portuguesas. Uns dizem que o Estado é laico e por isso se deve abster da propagação de símbolos religiosos, ideológicos, culturais e políticos. Outros, dizem que ao retirar as cruzes das paredes das escolas estão a limitar a expressão de Fé daqueles que lá estão.
Há, no entanto, uma curiosidade que não tem passado ao lado de tudo o que tem aparecido escrito ou dito na comunicação social sobre o assunto: é que a esmagadora maioria dos escrevem ou falam diz-se, ou agnóstico ou ateu.
Argumentos à parte, quando tiram cruzes da escola, não tiram Cristo.
Outra curiosidade: esta semana fez cem anos que em França, foi decretada a separação entre a Igreja e o Estado; e quinze anos que o líder sindicalista e católico polaco Lech Walesa venceu as eleições presidenciais no seu país.
Por mais que se queira bater nas Cruzes desta vida, Ele espera ansiosamente por nós e não hesita em dar a outra face.
Nota: apesar de ser Católico, não me oponho à retirada dos crucifixos das escolas públicas. Sei que não é o essencial, porque como escreve Saint Exupery, «o essencial é invisível aos olhos».
Mais um debate
Mais um debate morno. Os confrontos Cavaco-Alegre e Soares-Jerónimo eram, aliás, aqueles em que se previa menor emotividade. O mesmo acontecerá, certamente, no confronto que oporá Louçã a Soares. Em todos os outros o ambiente deverá aquecer.
Mais uma vez recorro ao futebol para caracterizar os "resultados" dos debates: se no primeiro debate houve um a empate a zero bolas, neste houve de facto outro empate mas com golos, talvez um para cada lado.
Mário Soares, apesar dos lapsos e gafes que começam perigosamente a caracterizar o seu discurso, mostrou que é um verdadeiro animal político. Como disse ontem José Pacheco Pereira, no Público, Soares é «uma força da natureza». Como sempre disse, Mário Soares continua a ser uma opção válida para Belém, não devendo o país temer a sua eleição. (nota: Apoio Cavaco)
Ontem, durante o debate, conseguiu mostrar que está em forma. Portanto, não o menosprezem.
Jerónimo de Sousa mostra, constantemente, que o rótulo depressiativo de "operário e ortodoxo" foi injusto e que, apesar do espanto daqueles que já anteviam o enterro do PCP na próxima década, os comunistas ainda têm um papel a desenpenhar na Democracia portuguesa. Ontem também mostrou estar em forma... e com voz.
quarta-feira, dezembro 07, 2005
Eu pedi forças*
Eu pedi forças
E Deus deu-me dificuldades
Para me fazer forte
Eu pedi sabedoria
E Deus deu-me problemas
Para resolver
Eu pedi prosperidade
E Deus deu-me o cérebro
E músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem
E Deus deu-me obstáculos
Para superar.
Eu pedi amor
E Deus deu-me pessoas
Com problemas para ajudar.
Eu pedi favores
E Deus deu-me oportunidades.
Eu não recebi
Nada do que pedi
Mas recebi tudo o que precisava.
* oração de autor desconhecido.
E Deus deu-me dificuldades
Para me fazer forte
Eu pedi sabedoria
E Deus deu-me problemas
Para resolver
Eu pedi prosperidade
E Deus deu-me o cérebro
E músculos para trabalhar.
Eu pedi coragem
E Deus deu-me obstáculos
Para superar.
Eu pedi amor
E Deus deu-me pessoas
Com problemas para ajudar.
Eu pedi favores
E Deus deu-me oportunidades.
Eu não recebi
Nada do que pedi
Mas recebi tudo o que precisava.
* oração de autor desconhecido.
terça-feira, dezembro 06, 2005
O primeiro derby
Se se tratasse de uma eliminatória de uma qualquer copetição de futebol, Cavaco passa e Alegre fica pelo caminho. A vitória na primeira mão (sondagens) e empate na segunda (entrevista paralela ou debate, como quiserem).
Julgo que a primeira sensação com que se ficou com o debate de ontem, entre Cavaco Silva e Manuel Alegre, é que… não houve debate nenhum. Talvez duas entrevistas paralelas com direito a contraditório. Mas debate, não.
Torço o nariz a estes modelos. Cheira-me mesmo a publicidade enganosa: se me dizem para estar colado à televisão à hora marcada para assistir a um debate, então por que raio me dão um modelo em que os intervenientes nunca se podem referir directamente ao outro, tendo antes que pedir ao moderador para entregar o recado?
Posto isto, o debate não foi quente, nem frio. E mornos, os portugueses vomitam-nos. Gostam de sangue. Gostam de estaladas. Eu, por mim falo, gostei do que vi. Dois candidatos a Presidente a comportarem-se como tal. Sem demagogismos estéreis. Sem perigos encapotados de fascismos ultrapassados.
Gostei de ver um candidato de Esquerda falar de Pátria sem torcer o sobrolho. Gostei de ver um candidato de Direita dizer que a sua área política não irá reclamar a vitória porque ele, Cavaco, se considera supra-partidário – tal como Alegre. É assim que o Presidente deve actuar.
Quanto ao resultado do debate, era o mais previsível: empate. O que beneficia Cavaco, porque vai à frente nas sondagens. Contudo, os debates apenas servem eficazmente para que os indecisos decidam e para que os decididos possam solidificar a sua decisão. E os indecisos, em cada um dos debates, encontram-se na fronteira ideológica e social de cada um dos candidatos. Cavaco e Alegre não têm fronteira comum. Se se tratasse de uma eliminatória de uma qualquer copetição de futebol, Cavaco passa e Alegre fica pelo caminho. A vitória na primeira mão (sondagens) e empate na segunda (entrevista paralela ou debate, como quiserem).