segunda-feira, outubro 31, 2005

Hoyo-Hoyo



Que bela forma de começar o dia. Após hesitações de vária ordem na tomada de decisão de trazer o carro para Lisboa – trânsito, 6 a 7 euros de gasolina de Cascais até aqui e mais um par de botas – lá me convenci a trazer o bom do Velho Azul (o meu carro) até à capital do país. A recompensa não se fez esperar: estava eu a passar pela nossa Assembleia da República quando me deparei com o espectáculo das duas bandeiras dos meus dois amores, Portugal e Moçambique. Isto porque Armando Guebuza, Presidente de Moçambique está cá de visita…
Juntando a este momento o facto de estar um daqueles dias fantásticos que só em Portugal existem, com o sol a bater e uma brisa fresca de vento… Não percebo como há tanta gente a dizer mal de Portugal…

* Hoyo-hoyo: Saudação de boas-vindas em Changano (língua do sul de Moçambique).

sexta-feira, outubro 28, 2005

África deles


Esta é uma das fotografias publicadas, a única feita por mim.

Já está nas bancas a primeira reportagem 100% Surrealista. Sai hoje na Fóra de Série, revista do Diário Económico, a nossa viagem a África (Moçambique e África do Sul) feita por três surrealistas: Simões e Peter + "moi". Vam'lá. Toca a comprar para ver se me pedem para ir lá outra vez...

quinta-feira, outubro 27, 2005

Preocupações

Fiquei e ainda estou muito preocupado com Mário Soares. Não sei se fruto de toda a excitação provocada pela apresentação do seu manifesto político ou, se por se ter emocionado com a ideia de voltar a ter protagonismo, o facto é que o senhor baralhou tudo. Não sabia se entregou o cartão de militante e baralhou-se, confundiu o seu mandatário com o porta-voz e por fim esqueceu-se das perguntas que lhe foram feitas, enfim… um sem número de confusões e trocas. Estou verdadeiramente preocupado… é que há gente que pensa em votar nele. Como o próprio disse há uns meses, esta candidatura é uma verdadeira loucura.

Outras questões que me têm assolado o espirito depois de ver o estado de degradação física e intelectual de Mário Soares são: o que é que o move, quem é que o incentiva a avançar e porquê. Não acredito, por muito egocêntrico que Soares seja, que se candidate por livre e espontânea vontade, pondo em causa o seu estatuto supra partidário. Nem acredito que o faça a bem de Portugal, muito menos pela estabilidade política. Ninguém sabe por quanto tempo teriamos Presidente da Republica. Enfim, são só questões. Se alguém tiver respostas é favor partilhar.

quarta-feira, outubro 26, 2005

O erro de Soares



Um dos principais erros atribuídos à vida política de Mário Soares tem a ver com o “trágico processo de descolonização”, feito à pressa, sem honra e prejudicando directa ou indirectamente a vida a milhões de portugueses. Não concordo. A descolonização foi de facto trágica. A culpa não julgo que recaia em Soares mas sim em Salazar que, emaranhado no seu “sonho do império português”, nos provocou um enorme pesadelo.
O erro de Salazar foi o de não ter visto que o seu sonho não se ajustava à realidade, que tinha passado o seu tempo, que era um projecto anacrónico. Salazar devia ter previsto a descolonização, com o Reino Unido ou a França. Devia ter poupado Portugal a dez anos de guerra e a uma saída pela "porta do cavalo".
Curiosamente, e algumas décadas depois, Soares comete semelhante erro. Esse “erro de Soares” prende-se com o facto de não compreender que o seu sonho de se confundir a si mesmo com o nome de Portugal o leva a apresentar-se ao país como um agente de passado e não de presente ou de futuro. Soares apresenta-se a Portugal da mesma forma como Salazar defendeu o seu sonho: anacrónico. É este o pecado original da sua candidatura. É este o erro. O sonho de Soares pode transformar-se rapidamente num pesadelo, para ele ou para Portugal.

terça-feira, outubro 25, 2005

Duvido


Fonte: Diário Digital

Pela mesma razão de sempre:
PORTUGAL!

Lema da campanha de Mário Soares ao cargo de Presidente da República

segunda-feira, outubro 24, 2005

O Simão já tem personalidade jurídica

O grande amigo Pedro Salgueiro e a sua mulher Margarida foram pais de um pequeno rapaz que dá pelo nome de Simão.

As notícias que me chegam dão conta de que tudo correu pelo melhor e de que o pequeno Simão é um rapagão com 3,800 Kg. Caro Pedro e Margarida, as nossas orações estão com vocês e com o vosso primogénito.

Um grande abraço e parabéns

domingo, outubro 23, 2005

Orçamento do óbvio



A obsessão de Portugal em relação ao défice é um dos maiores entraves à recuperação das nossas contas públicas. Qualquer governante, político, economista, empresário, ou cidadão comum, vê no défice o maior e o mais incontornável dos obstáculos ao progresso e desenvolvimento do país. Momentos há, até, em que o défice parece ser o nosso único problema. Um bocado como a droga está para um viciado – mete-se na droga para passar a ter apenas um problema. E isso é errado.

As várias tentativas de solução “do problema de Portugal”, têm sido, até aqui, o rigor, a contenção, o aumento de impostos e a difamação geral dos funcionários públicos, militares, etc. Têm sido estas as linhas que têm cosido o rumo da nação. Quanto à estratégia: poupar, poupar, poupar. Que é o mesmo que dizer que de estratégia, não há coisa nenhuma.

Um dos danos mais óbvios da dimensão que é dada à questão do défice – que é de facto fundamental, mas não total – é a dificuldade com que hoje se governa o país. Em cinco anos Guterres, Durão e Santana sentiram bem a fúria do “furacão défice”. A depressão alastra impunemente e Portugal continua sem visão, sem estratégia.

O Orçamento do Estado apresentado esta semana pelo Ministro das Finanças é um espelho do atavismo e da ausência de estratégia de Portugal. O Partido Socialista, que dizia em voz alta, com Jorge Sampaio, que havia “vida para além do défice”, parece agora concordar com as medidas e o estilo de Manuela Ferreira Leite, que tanto criticou.

Este Orçamento é o Orçamento do óbvio. Toda a gente sabe que é preciso cortar nos gastos e que temos que poupar, poupar, poupar. Agora o que não se percebe é o que se irá fazer, à parte de cortar, em relação à estratégia de Portugal nos campos da Economia, Agricultura, Defesa, Saúde, Educação, etc… Como já é hábito, nada. Apenas resolução de problemas e medidas pontuais. De estratégia, nem sombra.

A introdução do inglês no ensino primário é sintomática da ausência de estratégia. Sem ter em conta argumentos favoráveis ou desfavoráveis – quero deixar claro que concordo com a medida, não é isso que está em causa – gostaríamos então de ver o nosso Primeiro Ministro, ou a Ministra da Educação, explicar-nos então onde se insere o ensino do inglês na nossa estratégia global para a educação. Talvez a resposta seja “que é um sinal das intenções do Governo para não sei quê”, ou “que a modernização passa por um ‘choque de inglês para todos’ não sei que mais”. Mas de estratégia, nada. Foi das medidas mais badaladas da campanha PS – pasme-se! – mas nunca ninguém disse ao país qual é afinal o papel do ensino do inglês na estratégia… Ora isto acontece porque quem pensou nesta “inovação” nunca pensou numa estratégia.

Mas Portugal segue o seu caminho. Para os Governantes tem sido prática comum guiar o rumo do país pelo “cheiro”, pela intuição, ou pelo óbvio: poupar, poupar, poupar. O que o país precisa é de estratégia, não para um partido, uma facção ou uma classe, mas uma estratégia para Portugal. Não é óbvio?

terça-feira, outubro 18, 2005

A primeira vitima do Orçamento de Estado

Alguém sabe como correu a primeira reunião da comissão política da candidatura de Mário Soares?

De volta ao surrealismo

Bem, estou a ver que uns mesinhos sem Internet e de repente o Figo candidata-se à presidência e eu nem dou por nada...

O que seria... por mais que eu não simpatize com o Mário Bochechas (barriguita para os amigos), não sei se seria a melhor alternativa.

Enfim, cenas surreais que podem acontecer por aqui, por este nosso belo palmo e meio de terra.

De resto, está quase a começar o ICNE - Congresso Internacional para a Nova Evangelização.
Temos uma Missão a cumprir na Cidade de Lisboa.

Quem ficou curioso (99,9%) fica aqui o endereço electrónico do evento:

Mais notícias em breve.
See you!

sexta-feira, outubro 14, 2005

Alegre não acrescenta valor à esquerda


Fonte: cm-barreiro.pt

A candidatura do socialista Manuel Alegre às presidenciais do próximo ano não será benéfica para o já declarado combate ao até agora único candidato da direita, Cavaco Silva. Em sondagem, os leitores do surrealista sustentam, com 29 votos, que a candidatura não trará valor à esquerda. Por duas razões: “porque a divide ainda mais (15 votos) e porque não acrescenta mais nada às candidaturas já existentes.
Com 8 votos, em terceiro lugar, surge a ideia que a candidatura é indiferente. Que nem é benéfica nem prejudicial.
Apenas 5 votantes apoiam a decisão de Alegre: porque vai atrair os descontentes da solução Mário Soares (4 votos) e porque esse avanço vai reforçar ainda mais a luta contra Cavaco Silva. Quatro votantes afirmam não saber/não responder.

Weah a presidente



George Weah, ex-jogador de futebol do AC Milan, candidatou-se recentemente à presidência do seu país natal, Líbéria, sendo provável que ganhe... Força Figo, estás velho para a selecção mas és um tenrinho ao lado de Soares.

terça-feira, outubro 11, 2005

Um Pinto que hoje deu mais um passo para chegar a Pato

Pois é, está na altura de dar mais uma vez os parabéns a um surrealista. Desta vez é o companheiro Afonso que merece um bolo com velas (26 se não me engano). Fica assim o meu abraço ao Surrealista Afonso.

Não te preocupes que o bagacinho de anos não está esquecido (é uma tradição ancestral dos surrealistas. Quem faz anos tem direito a um bagaço pago pelo malta amiga)

Resta-me desejar-te um grande dia, que contes muitosdestes, que eu esteja cá para os contar contigo e que juntos continuemos a escrever sobre o que de surreal se passa por este país e mundo fora

sexta-feira, outubro 07, 2005

O vencedor



As eleições autárquicas de 2005 já têm um vencedor: Luís Marques Mendes. Ao afastar Valentins e Isaltinos da cena política laranja, o presidente do PSD foi uma coca-cola no deserto para a política em Portugal. Honesto, directo e com elevado sentido de Estado. Um exemplo a seguir. Ganhou estas eleições quando foi eleito em Pombal, há uns meses atrás, presidente do PSD.

Política a mais


Desde que Guterres abriu a crise
política que só falamos do pântano.

Aqui há uns tempos via esparraxado no sofá do meu quarto um documentário sobre um daqueles países cujo nome se assemelha a Kazaquistão. Nele, um homem de meia-idade lamentava o facto de se ter de interessar por política. Isto porque, segundo defendia, nos países ricos as pessoas se dariam ao luxo de não se interessarem por política uma vez que confiavam no sistema, permitindo assim uma certa dose de alheamento da “cousa pública”.
Eu, por mim falo: gosto de política, já escrevi sobre política e até tirei uma licenciatura cujo o nome é Ciência Política (podem agredir-me e chamar-me politólogo) e sou, como Aristóteles defendia, um “animal político”, que segundo o filósofo grego acontecia com qualquer ser Humano.
Voltando ao tal cidadão do país da ex-URSS, nos países ricos, do ocidente, as pessoas dão-se ao luxo de se absterem de intervirem politicamente, objectiva ou subjectivamente, seja através do voto ou na mesa de um café.
O que acontece em Portugal, nos últimos cinco ou seis anos, é que não há tema que não passe pela política. Isto, em si mesmo, não implica qualquer erro ou deformação da sociedade portuguesa. É antes um sintoma claro de que a crise se mantém e que já dura há muito tempo.
Contra mim falo: quem me dera que não se falasse tanto de política em Portugal.

terça-feira, outubro 04, 2005

Nada de novo a oeste

É caso para dizer que nada de novo a oeste e nos outros quadrantes todos. A nossa vida nacional caiu no pior de todos os modos de vida, a vidinha mais ou menos.

Ninguém está feliz mas ninguém propõe, faz ou quer fazer nada para mudar a situação. Claro que também estou a falar dos sindicatos que fazem as tais das greves, que vão para a rua fazer barulho e parar o trânsito (o que na minha humilde opinião de nada serve para as suas causas e só provoca antipatia pela sua luta, que atrapalha a minha, a nossa vida, que nada temos com isso) porque esses de forma alguma querem mudar seja o que for. Longe dos sindicalistas querer mudar seja o que for. O negócio deles é fazer barulho, é a chacota. Ai nada de novo.

Na política propriamente dita também não. Marques Mendes, o pequeno líder (também conhecido como o pequeno chefe dos índios), diz que Sócrates (actualmente no papel de o grande xerife amaneirado) não sabe o que quer. Sócrates por seu lado diz a Mendes para crescer e aparecer porque com aquela altura não pode de forma alguma ter uma visão para o país. Assim vai a politica nacional, não muito longe da outra politica, da local, ou para os puristas da matéria, regional (não vá o companheiro Alberto João sentir-se melindrado). O expoente máximo dessa politica é “eu é que sei” de Carrilho, a que responde Carmona “ Você não sabe nada…” rematado por um valente “ordinário” à falta de aperto de mão de Carrilho… Nada de novo, tudo na mesma. A falta de classe continua a primar na política.

A política, as contas, os aumentos, o desemprego, o défice, os fogos (única novidade por durarem até tão tarde… haja noticias) sem novidades, sem nada de novo que anime. Nada está bem mas enfim, o país encolhe os ombros e segue em frente.

A própria reforma do sector energético não foi mais do que tu e tu não podem ser amigos (Galp e EDP) e para além disso vale tudo menos arrancar olhos (pelo menos às claras), desenrasquem-se que eu quero é o meu dinheiro diz o estado. Tudo na mesma, estamos num momento de não noticia quando o que devia haver mais por ai é noticias, o País precisa desesperadamente de sair da vidinha mais ou menos e voltar a ter ambições. Estamos desencantados com tudo e já nada nos incomoda. Se temos opinião, claro que sim. Se debatemos ideias, claro que sim, os cafés estão cheios de gente que diz de sua justiça… mas fazer qualquer coisa… nem pensar nisso, é que eu por cá não estou bem mas também não estou mal. Vou vivendo a minha vidinha mais ou menos.

Já tinha visto isto em pessoas mas num país… está tudo louco ou quê? Venha lá de lá esse farol, o caminho a percorrer, a tão falada esperança e vontade de fazer… É que já nem o futebol. Até ai alinhamos por baixo, pela falta de motivação, se vier o empate está bom porque passamos à fase final. Mas é isso que queremos ou queremos ser os melhores e que a chegada à fase final seja um simples e natural reflexo desse facto. O resultado prático é o mesmo, a filosofia de base é que é completamente diferente numa basta lá chegar e noutra só ser o melhor basta.

Como disse, nada de novo a oeste, já ninguém quer saber sequer de Avelino Ferreira Torres ou de Fátima Felgueira. Desde que não me chateiem muito eles que façam o que quiserem. Tanto se me dá como se me deu.

Nada de novo no horizonte, só mar revolto.

Confiança?



Sócrates iniciou uma “navegação” sem bússola e sem rumo, preferindo ver em cada obstáculo uma “luz” que lhe fosse indicando o caminho

Um dos aspectos que mais joga a desfavor do actual executivo socialista liderado por José Sócrates é o de se revelar mal preparado e erróneo em diversas medidas com que, de forma avulsa e sem visão estratégica, vai governando o país. Após uma das campanhas menos elucidativas dos últimos tempos, em termos de propostas para o país, Sócrates iniciou uma “navegação” sem bússola e sem rumo, preferindo ver em cada obstáculo uma “luz” que lhe fosse indicando o caminho.
Só assim se explica que após o PS ter criticado o aumento do IVA, a contenção orçamental, o “ataque” (sic.) aos privilégios laborais e ao congelamento dos salários da Função Pública, e depois de ter prometido em campanha que não iria fazer o mesmo, acabou por, uma a uma, ir fazendo o que dantes chamava de “trapalhadas”.
A última, noticiada hoje pelo Diário Económico, dá conta que a Função Pública não terá aumentos reais em 2006 segundo o próximo Orçamento Geral do Estado. A proposta base do Governo para as negociações com os sindicatos é de um aumento de 2%. Ora, uma vez que o valor da inflação está calculado para que seja de 2,9% restam 0,9 pontos percentuais para que os sindicatos consigam “convencer” o Governo a aumentar.A questão aqui não será se se deverá ou não congelar os vencimentos da Função Pública. O que se trata é da desonestidade com que o PS fez críticas a Governos anteriores. O erro, antes de ser de gestão das contas públicas, é político. Eis a medida do perigo de se dar um cheque em branco com uma maioria absoluta (no caso do PS) e de propor um aventureiro como alternativa ao vazio do PS (caso do PSD, com Pedro Santana Lopes).

segunda-feira, outubro 03, 2005

O silêncio de Sampaio


Cartoon do expresso, António

O fenómeno do silêncio devia ser estudado em Portugal. Cavaco Silva priva-se de dizer alguma coisa e diz tudo através do silêncio. Sampaio faz silêncio, mas ao contrário de Cavaco, está calado. O silêncio de um é uma voz necessária ao país, o silêncio do outro ensurdece.
Só daqui a dois dias, durante as comemorações do 5 de Outubro, Sampaio irá quebrar o seu silêncio sobre estas autarquicas e sobre o governo. Já vem tarde. O que dirá? Que os candidatos autárquicos são maus e que há vida para além do défice?
É o vazio do silêncio.
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