sexta-feira, outubro 07, 2005

Política a mais


Desde que Guterres abriu a crise
política que só falamos do pântano.

Aqui há uns tempos via esparraxado no sofá do meu quarto um documentário sobre um daqueles países cujo nome se assemelha a Kazaquistão. Nele, um homem de meia-idade lamentava o facto de se ter de interessar por política. Isto porque, segundo defendia, nos países ricos as pessoas se dariam ao luxo de não se interessarem por política uma vez que confiavam no sistema, permitindo assim uma certa dose de alheamento da “cousa pública”.
Eu, por mim falo: gosto de política, já escrevi sobre política e até tirei uma licenciatura cujo o nome é Ciência Política (podem agredir-me e chamar-me politólogo) e sou, como Aristóteles defendia, um “animal político”, que segundo o filósofo grego acontecia com qualquer ser Humano.
Voltando ao tal cidadão do país da ex-URSS, nos países ricos, do ocidente, as pessoas dão-se ao luxo de se absterem de intervirem politicamente, objectiva ou subjectivamente, seja através do voto ou na mesa de um café.
O que acontece em Portugal, nos últimos cinco ou seis anos, é que não há tema que não passe pela política. Isto, em si mesmo, não implica qualquer erro ou deformação da sociedade portuguesa. É antes um sintoma claro de que a crise se mantém e que já dura há muito tempo.
Contra mim falo: quem me dera que não se falasse tanto de política em Portugal.
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