Confiança?
Sócrates iniciou uma “navegação” sem bússola e sem rumo, preferindo ver em cada obstáculo uma “luz” que lhe fosse indicando o caminho
Um dos aspectos que mais joga a desfavor do actual executivo socialista liderado por José Sócrates é o de se revelar mal preparado e erróneo em diversas medidas com que, de forma avulsa e sem visão estratégica, vai governando o país. Após uma das campanhas menos elucidativas dos últimos tempos, em termos de propostas para o país, Sócrates iniciou uma “navegação” sem bússola e sem rumo, preferindo ver em cada obstáculo uma “luz” que lhe fosse indicando o caminho.
Só assim se explica que após o PS ter criticado o aumento do IVA, a contenção orçamental, o “ataque” (sic.) aos privilégios laborais e ao congelamento dos salários da Função Pública, e depois de ter prometido em campanha que não iria fazer o mesmo, acabou por, uma a uma, ir fazendo o que dantes chamava de “trapalhadas”.
A última, noticiada hoje pelo Diário Económico, dá conta que a Função Pública não terá aumentos reais em 2006 segundo o próximo Orçamento Geral do Estado. A proposta base do Governo para as negociações com os sindicatos é de um aumento de 2%. Ora, uma vez que o valor da inflação está calculado para que seja de 2,9% restam 0,9 pontos percentuais para que os sindicatos consigam “convencer” o Governo a aumentar.A questão aqui não será se se deverá ou não congelar os vencimentos da Função Pública. O que se trata é da desonestidade com que o PS fez críticas a Governos anteriores. O erro, antes de ser de gestão das contas públicas, é político. Eis a medida do perigo de se dar um cheque em branco com uma maioria absoluta (no caso do PS) e de propor um aventureiro como alternativa ao vazio do PS (caso do PSD, com Pedro Santana Lopes).
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