Não lhes dá cavaco…

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Cavaco Silva tem tido, em meu entender, a melhor prestação de pré-candidato, ou candidato a candidato se preferirem. Este “tabu” com que a maior parte dos portugueses o vai classificando mais não é que uma dificuldade profunda (dos tugas) de não saber lidar com uma resposta do género: “não há novidades” (talvez porque “no news, good news”, e o que o habitante da aldeia global que é Portugal quer... é sangue).
O ex-primeiro-ministro é, também em meu entender, o melhor para o cargo. Sebastianismos à parte, outra característica bem lusitana, Cavaco é o homem certo no momento certo. Precisamos de exigência, inconformismo, excelência e competência. E basta comparar a atitude que candidatos já declarados (Mário Soares, Jerónimo de Sousa e Francisco Louça) e não declarados (Cavaco) mostra bem quem é ou não do interesse de Portugal neste momento específico.
Cavaco ainda não apresentou candidatura (primeiro) porque só há pouco terminou o seu período de discernimento e (segundo) porque considera que a altura certa para anunciar que está interessado em Belém é depois das autárquicas… só isso. Cavaco, não lhes dês cavaco.

No passado dia 18 de Setembro, no Diário de Notícias, Vicente Jorge Silva, analista socialista, mostra a medida do acerto da estratégia de Cavaco Silva para as presidências. Jorge Silva é, julgo eu, apoiante de “qualquer-um-desde-que-não-seja-de-direita-muito-menos-ai-credo-o-cavaco” logo julgo que podemos considerar esta tirada de desespero um elogio velado, ora leiam:

“[Em Portugal] usa-se e abusa-se da infantilização do eleitorado, como parece ser o segredo da estratégia do ‘tabu’ de Cavaco Silva.”

No news, bad news?