Surrealizando o surreal...
Imagem posta por AVP - Fonte: seis.bris.ac.uk
Reabre a época do Surrealista e vai-se encerrando a época dos incêndios. Agora que os telejornais já não transmitem durante mais de meia hora imagens poderosas de serras e aldeias a arder talvez seja a melhor altura para reflectir como evitar o flagelo habitual que está a colocar em causa as reservas naturais portuguesas.
Todos os anos governos sucessivos nos demonstram como no ano seguinte tudo será diferente. Mas enganam-se. Falham. Não sou perito em floresta e muito menos em incêndios
tirando aquela vez que quase incendiei a cozinha nunca mais brinquei com o fogo
e por isso não me vou arrogar de ter alguma solução brilhante.
No entanto, parto de um pressuposto. Se um qualquer otário sem instrução se galvaniza com as imagens que passam constantemente na televisão e se acha mais importante por incendiar uma mata,
pobre idiota
ou se um qualquer imprevidente vai fazer fogueiras para o meio da mata no pino do verão
ainda há gente assim
ou , ainda, se um qualquer sacana de um criminoso acha que ganha mais dinheiro com um terreno queimado,
que criatura odiável
uma coisa é certa: Vai haver um incêndio.
Ah... e tal... faltam os carros, faltam os homens e faltam os caminhos. É certo. É preciso continuar a fazer mais e melhor. Mas é preciso ainda mais. É preciso que os criminosos sejam dissuadidos de agir.
Os homens agem por relações custo - benefício. Os benefícios que esperam obter são comparados com os custos e os riscos que têm.
Por isso aqui fica uma ideia.
Porque não equiparar o crime de fogo posto ao crime de terrorismo? Aumentem as penas e passem isso na televisão.
"Homem anónimo de X anos foi hoje condenado a duas penas de 20 anos pelo crime de fogo posto".
Isto, sim, seria uma notícia digna de se ver no telejornal. Até no da TVI...
1 Comments:
Caro Lebreiro, tenho pois a honra de ser o primeiro a comentar um texto teu na (também tua) estreia aqui no Surrealista. Bem-vindo.
Posto isto, concordo contigo na ideia de agravar as penas... Apesar de ser um nacional porreirista, mais um, julgo que um dos nossos piores defeitos, enquanto portugueses, é o de sermos inconsequente e irresponsáveis. É claro que me orgulho que não haja pena perpétua em Portugal, e ainda mais por não matarmos, em hipótese alguma, nenhum criminoso. Acho é que levamos a vida a brincar. O típico "deixa lá" ou o "ele há-de aprender" já custou a muitos todos os bens materiais e, por vezes, a vida. E isto passa-se a todos os níveis. Não é só nos fogos. Passa-se nas estradas, na corrupção, etc. O fogo está em todo o lado e até nem queima muito... É caso para dizer que Portugal é fogo que arde sem se ver.
Abraço
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