Veio recentemente para a comunicação social a militância, já conhecida de resto, de José Pacheco Pereira ( JPP) pelo NÃO no referendo respeitante ao projecto de Tratado Constitucional Europeu.
Respeitável posição diga-se de passagem, tal como será a militância pelo SIM.
O nervosismo daqueles vulgarmente apelidados de “ formadores de opinião “ ,
a “ inteligentsia “ nacional foi bem desviado com o recorrente chavão da “ abertura ao diálogo e discussão”.
Ora bem, foi então necessária a publicação num blog pessoal de JPP, o apelo ao NÃO para que houvesse esta “ preocupação “ nacional sobre um tema que influi determinantemente sobre o futuro de Portugal, da Europa e de cada um de nós cidadãos portugueses.
Enquanto o Presidente da Républica, Jorge Sampaio, já vai dando uma mãozinha em terras gaulesas pelo voto positivo no referendo, por cá, o comum dos mortais, tão comum, que corta transversalmente a sociedade portuguesa, desconhece verdadeiramente os textos que estão na base deste projecto europeu. Haverá uma vaga ideia do que será.Essencialmente a a responsabilidade deste desconhecimento massificado está longe de ser espartilhado.
A campanha do SIM interessa fundamentalmente a um bloco central político, pouco dado a crispações sociais nos tempos que correm. Uns ainda com a “casa” por arrumar em lutas internas na corrida ao poder autárquico e outros claramente a tentar estender um estado de semi-graça que vai tendo o fim anunciado com a resolução dos campeonatos desportivos e respectivas taças.
Diga-se até que os euros da Comissão Europeia e do Parlamento Europeu, que já por aqui circulam, toldam a capacidade de esclarecimento, surgindo a necessidade dos responsáveis passarem rapidamente à etapa da propaganda, mais confortável e debaixo da ilusão do “ povo informado “.
O projecto de Tratado Constitucional Europeu terá por base tratados europeus já em vigor , que há muitos anos definem as relações intra-estaduais e com terceiros estados, fora da Comunidade entenda-se.
A compilação destes tratados, nomeadamente o Tratado de Roma que institui a Comunidade Europeia e o tratado de Maastricht que institui a a União Europeia, num texto único, seria de certo do agrado dos juristas europeus que lidam todos os dias com esta extensa legislação do direito comunitário. Há no entanto pontos para além da legislação já existente que, são determinantes para que qualquer cidadão atento fique com a pulga atrás de orelha.
A ladear o SIM mais ou menos generalizado do bloco central, temos os estremismos dos suspeitos do costume.
O NÃO do Bloco de Esquerda e afins, mais não é do que um NÃO porque não, protagonizado por grupo reaccionário que não acredita na Europa, não acredita na democracia, que nada constroem, apenas corroem.
No quadrante oposto temos o nacionalismo exacerbado dos movimentos de extrema-direita que continuam ainda a acreditar na sobrevivência da nação alheada das Comunidades Europeias.
A Europa unida é e terá de ser cada vez mais uma realidade nacional.
Portugal é um país maravilhoso. Tenho orgulho de aqui ter nascido e de aqui viver.
São muitos séculos de conquista, de luta, cada pedaço de terra ganho à custa de sangue e suor lusitano. Muitos cofres cheios de peça de ouro para pagar o nosso reconhecimento enquanto nação independente foram entregues no estado do Vaticano, alicerçando a história deste país, que muito nos honra portugueses.
Entregarmos agora as rédeas para um Estado das nações subordinado pelo poderoso eixo franco-alemão requer ponderação.
Exigei a cada um de vós mais informação , mais conhecimento, para assim poderdes votar em consciência.
José Maria Gellweiler Roxo(Texto enviado via e-mail para o Surrealista)