terça-feira, maio 17, 2005

No coments.

Pois é, eu que nem se quer me apetecia ler mais nada sobre o aborto, fui forçada a fazê-lo por causa da minha sempre insatisfeita curiosidade.

Fui ler os comentários ao texto do J. César das Neves, por curiosidade e acabei por ter que ler o dito texto quando começei a ver as coisas a aquecer...

Ia "post a coment", mas pensei que podia ter a ousadia de "publicar" esta minha opinião, resultante dos vossos comentários e da leitura do texto.

Acho que todas as discussões e confusões que vão haver (e já houve) até ao dito referendo nos são alheias, mais não seja porque eleitos estão os nossos representantes parlamentares (se disser disparates políticos não liguem, que eu não percebo muito...) e só quando chegar a altura de referendar e/ou votar é que nos cabe a nós movermo-nos por aquilo em que acreditamos.

Em relação à questão do aborto propriamente dita, acho que nos estamos a afastar do problema principal enquanto discutimos questões técnicas como personalidade jurídica, eugénico, terapêutico e ético, assim como o que dá ou não direito à mãe de abortar.

O que se devia discutir, no presente do indicativo e em casa, no trabalho, entre amigos, entre políticos, na Igreja, etc. e não se discute é o que esteve na origem da concepção desse ser, dessa massa, dessa criança, chamem-lhe o que quiserem...

Como é que uma criança de treze anos, cujo corpo ainda nem se desenvolveu, tem relações sexuais? Que tipo de carências a levam a fazê-lo?

Porque é que uma adolescente tem relações sexuais com vários parceiros sem usar preservativos?

Como é possível que uma mulher diga que, pela aparência, consegue ver se um homem tem ou não doenças sexualmente transmissíveis?

O que está na base desta descompensação, desta ignorância, desta preguiça é que devia ser discutido, se não em nossas casas, no Parlamento, investindo na consciencialização e prevenção, em vez do remediar. Investindo na educação, na saúde, corpo são mente sã...e vice-versa.

Não se distraiam a discutir em que circunstâncias se deve abortar, concentrem-se a discutir se estão preparados para dar esse passo na relação e se estão conscientes de tudo que isso implica.

A fuga à responsabilidade está na moda. Faz-se de tudo para não se ter trabalho, seja na vida profissional, seja nas relações.

A vida é um presente, mas temos de pô-lo a render.

Peace and love.

1 Comments:

Blogger DM em Caracas said...

Espero que não se importe que eu tenha posto um link para este post no meu blog

3:55 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home

Site Meter