quarta-feira, abril 13, 2005

Mais tempo, este não passa...

Se o tempo fosse um pano, hoje, rasgava-o, separava-o. Não sei porquê, sei simplesmente que hoje o tempo todo está a ser tempo a mais, parece que não corre na ampulheta, deve ter havido um qualquer grão de tempo que perdeu a cabeça e resolveu entupir esse canal estreito por onde o tempo passa.

Não sei ao certo o que será, que parte do meu tempo está a encravar todo o resto de tempo que tem que passar e não consegue. Hoje, enquanto corria na passadeira do ginásio o tempo teimava em não passar, eu corria, corria e voltava a correr e nada, os segundo pareciam estáticos, não andavam, o mostrador encarnado teimava em não deixar os números andar. Depois foi no transito... o tempo voou, como não podia deixar de ser.

Sempre que dá jeito que o relógio ande mais devagar ele teima em acelerar por ali a fora, por vezes acho que anda tão depressa que se não tiver cuidado qualquer dia saio a voar pela janela do carro, tal não parece ser a rotação dos ponteiros...no fundo nem era nada mal pensado, talvez chegasse mais depressa aos sítios onde quero chegar e onde invariavelmente chego atrasado. É verdade, chego sempre atrasado, não há nada a fazer, o tempo não é meu amigo.

Hoje, talvez por ser um dia normal, sem nada de extraordinário para assinalar, o tempo resolveu implicar comigo e mostrar-me toda a sua força, a sua capacidade de levar qualquer homem ao desespero, a loucura de ter que esperar que o tempo passe, a loucura de esperar qualquer coisa aconteça... depois, quando estamos quase no limiar de perder a sanidade lá acontece qualquer coisa, o esperado torna-se presente e então lá acelera o tempo para velocidade de cruzeiro. Isto se estiver nos dias sim porque senão esqueçam o cruzeiro mais a sua velocidade e passamos logo para o a correr ( o tempo, não o cruzeiro, que esse ainda não tem pernas).

Pois é, mas nem isso se passa hoje, acho que hoje o grande problema é mesmo não saber o que esperar, não que esteja numa situação imprevisível, sem saber para que lado cai a moeda e ela teima em não cair... Não, longe disso, acho que aquilo a que hoje se passa comigo foi chamado pelo comum dos mortais de monotonia da vida.

Já em Moçambique dizia-se que as pessoas que estavam sentadas sem fazer nenhum à beira da estrada estavam à espera que algo acontecesse, é assim que me sinto hoje, estou à espera que algo aconteça mas o tempo teima em não deixar nada acontecer. É de loucos. Como é obvio, quando chega à altura em que tomo a decisão de ir de abalada e lá acontece qualquer coisa... Bolas, vou ter que arregaçar as mangas e trabalhar, agora no fim do dia é que me pedem para ligar o Turbo e dar o litro... Mais uma vez isto é de loucos e nós como sempre estamos bem e a aguentar.

Ai os imortais... os imortais.... (bolas, grande seca...)

JAlvim

2 Comments:

Blogger DM em Caracas said...

A quantidade de vezes que isso acontece! :-( G'anda seca!

7:39 da tarde  
Blogger Afonso Vaz Pinto said...

Sabes bem que não é assim... Quando o Silva aparece... lol

7:35 da tarde  

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