Tempo meu
Não sei se ainda se lembram desse tempo, o outro tempo, o tempo em que se olhava para o ano 2000 como uma meta quase incansável, quando se olhava para o ano 2000 e se dizia, nessa altura vou ter 21 anos... e não é que tinha mesmo 21 anos!!!
O assustador que era na altura pensar que quando essa data chegasse eu teria 21 anos, que velho seria então, 21 anos, “isso ainda vem tão longe, tão longe...” Mas mais assustador do que pensar no tempo que ainda faltava para chegar a essa data, como fazia então” é o facto de hoje já não conjugar o verbo TER no futuro, já agora nem no presente mas sim no pretérito perfeito. Hoje conjugo o verbo no passado. E que passado... é engraçado olhar para trás de tempos a tempos.
Não me interpretem mal, quando digo que é engraçado não o digo nem com saudade nem com nostalgia. Nada disso. Digo-o com ternura e com carinho. Com alguma condescendência é certo, uma condescendência que só se pode ter por nós próprios quando vemos o longo caminho que já temos atrás de nós, quando vemos a estrada que percorremos e as dificuldades que passámos. Um sorriso mais rasgado quando penso nas dificuldades. Dificuldades que na altura me pareciam intransponíveis, dificuldades que me pareciam impossíveis de ultrapassar e que hoje nada mais são do que o simples dia a dia, o nada de novo.
A isto se chama crescer, enfrentar os medos e os problemas e fazer deles não mais do que coisas banais. Quem é que não se lembra do primeiro dia de escola e de olhar para o longo caminho que havia então pela frente e de pensar acho que não vou ser capaz? Hoje olho para as coisas que fiz e aprendi e parecem tão fáceis... será que eram mesmo? Mas mais recentemente, no trabalho, lembro-me do que me passou pela cabeça no dia em que entrei no escritório para o meu primeiro emprego. Acho que as palavras foram mesmo “estou lixado!!!”. Ainda não tinha passado um mês já fazia tudo o que era esperado de mim com uma perna às costas e pensava como é que eu pude ter medo disto... Cresci nessa altura.
Como é que se cresce hoje? Não faço ideia, tal como no passado não planeio crescer nem aprender, não planeio superar obstáculos. Simplesmente acontece, acho que a isso se chama vida... Olhando para trás acho que já tenho alguma mas olhando para a frente acho que ainda me falta muito mais. Envelhecer é isso mesmo, na minha modesta opinião, superar barreiras e problemas, aprender constantemente, crescer até nos apercebermos da nossa pequenez, adquirir a sabedoria que nos tira do centro do mundo e nos põe no sitio certo.... Acho que é nessa altura que estamos maduros e que somos colhidos para voltar para junto do Pai.
Esta é a minha visão de crescimento, é assim que se cresce, errando, falhando, batendo com a cabeça na parede mas ao mesmo tempo aprendendo a lidar com as situações e tirando lições de tudo o que se passa connosco e à nossa volta.
JAlvim
O assustador que era na altura pensar que quando essa data chegasse eu teria 21 anos, que velho seria então, 21 anos, “isso ainda vem tão longe, tão longe...” Mas mais assustador do que pensar no tempo que ainda faltava para chegar a essa data, como fazia então” é o facto de hoje já não conjugar o verbo TER no futuro, já agora nem no presente mas sim no pretérito perfeito. Hoje conjugo o verbo no passado. E que passado... é engraçado olhar para trás de tempos a tempos.
Não me interpretem mal, quando digo que é engraçado não o digo nem com saudade nem com nostalgia. Nada disso. Digo-o com ternura e com carinho. Com alguma condescendência é certo, uma condescendência que só se pode ter por nós próprios quando vemos o longo caminho que já temos atrás de nós, quando vemos a estrada que percorremos e as dificuldades que passámos. Um sorriso mais rasgado quando penso nas dificuldades. Dificuldades que na altura me pareciam intransponíveis, dificuldades que me pareciam impossíveis de ultrapassar e que hoje nada mais são do que o simples dia a dia, o nada de novo.
A isto se chama crescer, enfrentar os medos e os problemas e fazer deles não mais do que coisas banais. Quem é que não se lembra do primeiro dia de escola e de olhar para o longo caminho que havia então pela frente e de pensar acho que não vou ser capaz? Hoje olho para as coisas que fiz e aprendi e parecem tão fáceis... será que eram mesmo? Mas mais recentemente, no trabalho, lembro-me do que me passou pela cabeça no dia em que entrei no escritório para o meu primeiro emprego. Acho que as palavras foram mesmo “estou lixado!!!”. Ainda não tinha passado um mês já fazia tudo o que era esperado de mim com uma perna às costas e pensava como é que eu pude ter medo disto... Cresci nessa altura.
Como é que se cresce hoje? Não faço ideia, tal como no passado não planeio crescer nem aprender, não planeio superar obstáculos. Simplesmente acontece, acho que a isso se chama vida... Olhando para trás acho que já tenho alguma mas olhando para a frente acho que ainda me falta muito mais. Envelhecer é isso mesmo, na minha modesta opinião, superar barreiras e problemas, aprender constantemente, crescer até nos apercebermos da nossa pequenez, adquirir a sabedoria que nos tira do centro do mundo e nos põe no sitio certo.... Acho que é nessa altura que estamos maduros e que somos colhidos para voltar para junto do Pai.
Esta é a minha visão de crescimento, é assim que se cresce, errando, falhando, batendo com a cabeça na parede mas ao mesmo tempo aprendendo a lidar com as situações e tirando lições de tudo o que se passa connosco e à nossa volta.
JAlvim
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