sexta-feira, fevereiro 25, 2005

O que é preciso agora

Hoje no Destak li um artigo de João César das Neves (que a seguir transcrevo) que me fez pensar na responsabilidade que todos temos a partir de agora.

É fácil pensar que, como não ganhou o Partido em que votámos, basta que nos sentemos, de braços cruzados, à espera de uma oportunidade para dizer: "Eu não disse?".
Ou então, como até foi o nosso Partido que ganhou, esperar que nos mostre a sua gratidão fazendo todas as nossas vontades... Protestando se assim não fôr.

O que é preciso agora é acordar o espírito.

Conformámo-nos com os direitos que adquirimos e ficámos a curti-los em vez de os pôr a render e procurar fazer mais.

A Democracia do Século XXI começa com a campanha eleitoral e acaba com o voto (se se votar...).

É preciso ter presente que o direito de escolha abrange vitórias e derrotas. Em qualquer uma destas situações não se pode esquecer que o País continua a ser nosso, governo incluído, por isso há que assumi-lo, defendê-lo e trabalhar para melhorá-lo.


João César das Neves
Destak, 25 de Fevereiro de 2005

As eleições já foram. Começou um novo ciclo político. Há um novo Governo com maioria para governar. Ele tem pela frente uma tarefa muito exigente e difícil. Provavelmente não vai dar conta do recado. Mas esse não é o nosso problema. Como eleitores, temos de ter consciência que existe uma tarefa que ainda nos cabe. Não basta votar e dar maioria ao Governo. Há outra coisa a fazer.

Todos os cidadãos têm de compreender que, depois do voto, lhes resta uma função muito importante: dar um capital de confiança ao Governo democraticamente eleito. Todos, tenham ou não apoiado o vencedor, gostem ou não da solução alcançada, têm de compreender que este é agora o Governo de Portugal. Os problemas que ele vai enfrentar não são dele, são nossos.

Hoje existe uma atitude que se julga democrática e limita a sua participação ao voto, passando o resto do tempo a destruir tudo o que os eleitos fazem. Alguns, porque votaram contra o Governo, pensam-se legitimados no seu repúdio. Outros, porque apoiaram o vencedor, julgam-se com direito a atenções especiais, revoltando-se quando não as recebem. Assim todos os que elegeram, de uma forma ou outra, acabam atacando os eleitos, quando eles tentam resolver os problemas dos eleitores.

Uma das poucas coisas em que toda a gente estava de acordo antes da votação era que o país andava deprimido, que era preciso uma nova atitude, uma nova confiança, um novo impulso. Muito disso cabe, naturalmente, ao novo executivo. Mas é essencial não esquecer que para haver confiança e dinamismo é preciso muito a colaboração dos que confiam e se movem.
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