sexta-feira, setembro 29, 2006

vive-se?













por Ricardo Tavares , www.fotografia-na.net


"(...)Parecem ser indiferentes. E não há nada pior do que a indiferença. Não há mesmo.
A indiferença é o fim do gosto, da paixão, do querer e da vontade. A indiferença é dizer que qualquer coisa é igual a qualquer outra coisa. Que tudo vale o mesmo. Que um Picasso não vale mais do que os rabiscos do [XXXXX] naquele papel. É matar a arte com um leve e displicente encolher de ombros. É matar o espírito e a alma do artista. No fim é isto mesmo. A musa do nosso artista sem arte calou-se.
O seu espírito rebelde sem uma causa evidente silenciou-se. A sua vontade eclipsou-se. (...) arrastava-se. Sem reclamar, caminhava sem saber para onde.(...)"

por Nuno Lebreiro.

quinta-feira, setembro 28, 2006

Love Song, K-os



Anuncio da Vodafone

segunda-feira, setembro 25, 2006

O que é que no discurso do Papa interpela o islão?

É um texto extenso (q.b), mas, em termos qualitativos, na minha opinião, muito merecedor de leitura.

José Pacheco Pereira

"Assistimos, hoje, à formação de um mecanismo de censura prévia que se acciona sempre que se falar, seja qual for o modo de se falar, do islão, de Maomé, do Alcorão. Agora foi o Papa, por ser o Papa e por ser o símbolo do mundo "dos cruzados". Nós estamos sempre a minimizar a dimensão religiosa do conflito, mas não somos correspondidos pelos muçulmanos fundamentalistas. Para eles, nós, mesmo que sejamos ateus, agnósticos, indiferentes, não praticantes, ou exactamente por isso, somos "cristãos" em guerra santa. Que melhor imagem para personificar os "cruzados" do que a do Papa, queimado em efígie numa capital árabe como se fosse um cavaleiro templário, com a cruz de Cristo das armaduras sobre as vestes brancas? Muita história, demasiada história.
Na sua conferência académica de Ratisbona, o Papa sabia exactamente o que queria dizer, mas ninguém pode hoje saber como vai ser ouvido. O ruído é, pela sua natureza, impossível de prever, caótico, e nem um Papa tem a omnisciência dos caminhos do acaso. Só se ficar calado. Basta ler e perceber a integralidade do texto para ser claro que nada na sua substância faria prever que suscitaria as reacções que teve. A não ser que se aceite que a mera menção do nome de Maomé por um cristão seja uma blasfémia. Corrijo: Maomé (s.a.w.), ou seja Maomé sallallahu alaihi wa sallam, que "Alá derrame a sua bênção e paz sobre ele" (Maomé), não vá o diabo tecê-las se eu não usar a fórmula canónica.
Quando digo que o Papa sabia exactamente o que queria dizer é porque o texto da conferência de Ratisbona é preciso, analítico e intelectualmente rigoroso. Diz sem ambiguidades o que quer dizer. Oferece poucas dificuldades de interpretação, a não ser pela sua densidade e compreende-se que, por não ser nem uma prelecção com meia dúzia de anedotas e frases assassinas, nem um discurso feito por qualquer especialista de marketing ou de "comunicação política", possa oferecer dificuldades de leitura nas redacções, que, para o entender, salvo as devidas excepções, o reduziram a um soundbite.
Toda a polémica gira à volta da frase de Manuel II Paleólogo, imperador de Bizâncio, que diz a um seu interlocutor muçulmano: "Mostra-me o que Maomé trouxe de novo e encontrarás coisas más e desumanas, como o direito de defender pela espada a fé que pregava." Esta é a frase que ficou como soundbite. Admitindo que tudo ficava por aqui, e poder-se-ia dizer que tal frase era redutora do islão e, acima de tudo, ocultava que também para os cristãos "o direito de defender pela espada a fé" foi durante muito tempo a prática habitual. O Papa estaria a pecar por omissão e duplicidade e por isso mereceria as críticas.
Mesmo que fosse assim, o Papa não deixaria de estar a dizer uma verdade sobre o islão ou sectores muito importantes e populares do islão que o tornaram nos dias de hoje a principal religião da espada. E depois? Não é? Que organizações extremistas praticam hoje o terrorismo global em nome da religião a não ser grupos que se reivindicam do islão? Se quisermos comparar com o que acontece do outro lado do mundo, pouco mais temos que uns grupúsculos americanos que colocam bombas nas clínicas que fazem abortos em nome do "direito à vida". É verdade que muitos muçulmanos nada tem que ver com a Al-Qaeda ou com as proclamações incendiárias dos clérigos xiitas, mas é maior o seu isolamento e, de longe, mais débil a sua voz, quando conseguem com grande coragem efectivamente distanciar-se. Os terroristas da Al-Qaeda estão hoje mais perto da identidade muçulmana do que os grupos violentos antiabortistas estão da identidade cristã. Esta é a verdade que se esperava que os muçulmanos dissessem todos os dias ao mundo, para se poder afirmar que existem "moderados", classificação cheia de ambiguidades e mais condenatória da situação actual do islão do que qualquer outra. O islão deixou-se sitiar pelos seus extremistas, e tal pode não ser definitivo, pode ser uma perversão da religião, mas é bastante grave.
Voltemos ao texto do Papa para além do soundbite. A conferência do Papa é um dos textos mais tolerantes que algum Papa fez até hoje, e talvez tenha sido por isso mesmo que foi atacada. Eu penso que há de facto razões para os fundamentalistas muçulmanos atacarem com violência o documento, exactamente pela sua substância e não pela citação fora do contexto. A frase que devia verdadeiramente irritar os fundamentalistas muçulmanos não é a que citaram, mas outra, do mesmo imperador: "Não agir segundo a razão, não agir segundo o logos, é contrário à vontade de Deus". Esta sim, pode ser entendida como um ataque ao islão de hoje, porque resulta expressamente do desenvolvimento do pensamento do Papa que com ela se identifica.
O que é que o texto papal diz? Que a razão humana, o logos dos gregos, é um elemento indissociável da voz de Deus, e que todas as tentativas de separarem razão e fé, colocando uma contra a outra, são um erro. O Papa identifica essencialmente duas correntes que cometeram esse erro: uma a que afirma a transcendentalização absoluta de Deus; a outra a que resulta da separação iluminista entre fé e razão, que foi transportada para o cientismo contemporâneo.
Muito do que diz o Papa tem que ver com a percepção que tem Manuel II Paleológo de que a violência ao serviço da fé é "desrazoável" e "contrária à natureza de Deus". O próprio Papa diz que esta constatação é a "frase decisiva em toda a argumentação", e que o imperador, um erudito de cultura grega clássica, estava a enunciar um dado fundamental da tradição clássica grega, absolutamente idêntico ao que é a "fé em Deus fundada na Bíblia".
Ora, aqui o Papa critica o islão, não por causa da violência da espada de Maomé, mas sim porque "na doutrina muçulmana Deus é absolutamente transcendente", ou seja, dito em breve e em grosso, não há verdadeira interacção entre Deus e os homens, não há necessidade da razão, a fé é essencialmente aceitação e obediência. O Papa refere, "para ser honesto", que na tradição teológica cristã surgiram tendências do mesmo tipo, mas condena-as na mesma crítica que faz ao islão.
Porque é que o Papa diz isto tudo? Está lá no texto em todas as entrelinhas e nalgumas linhas: ao valorizar a fusão plena da tradição grega do logos com o cristianismo, o Papa está a enunciar a tradição cultural da Europa, da história tumultuosa do seu pensamento e dos fundamentos da sua identidade. Está a falar de religião e de política, de cultura e de pensamento, da União Europeia e da Turquia, do cristianismo e do islão. Isto sim é que devia ser discutido, isto é o que o Papa esperava que fosse discutido. E isto é que interpela o islão, se ele se deixar interpelar. "

Historiador

sexta-feira, setembro 22, 2006

Monkey Business



Separados à nascença?

A expressao de olhos é igual...

terça-feira, setembro 19, 2006

Papa-a-papa



O Papa não devia ter-se referido ao Islão e ao seu Profeta daquela forma. Citando um texto medieval que falava da brutalidade da expansão daquela religião. Tal como a cristã, aliás. O mesmo Papa reconheceu isto mesmo e desculpou-se. O Islão, em coro, volta aos protestos. Com bonecos que representam o Papa - o verdadeiro sucessor de Jesus como chefe da Sua Igreja para os catolicos - a serem queimados na rua e outras cenas que tais. E julgo que já comeca a ser demais. Ate quando e que teremos que lidar com aquela civilizacão - nao me refiro a religião - nas palminhas das mãos?

Guerra e Paz (2)


Revista Times

Ainda a proposito da questão do Irão...

cara nova mas a mesma irreverencia

Parabens ao Surrealista pela cara lavada. Está mais limpo e mais sexy. Gostei sim senhor. Os meus parabéns ao arquitecto pela obra. Vamos lá ver se ganhamos uma nova dinamica. Bora lá surrealistas.

Mais um dado surrealista do meu casamento

Surreal é casar-me e ter um padrinho no Uganda. Acho que até nisso o meu casamento vai ser original, vou ter um padrinho por procuração.

Ao padrinho Afonso um grande abraço e espero que voltes depressa para pormos a conversa em dia enquanto bebemos um café, fumamos um cigarro, lemos o Expresso ( ou será o Sol) e somos interrompidos pelo velho Silva.

Como dizia o outro, volta Afonso que estás perdoado.

O casamento e as coisas que me preocupam

A onze dias do altar… As pernas ainda não tremem mas já passei noites em claro a dar voltas na cama a pensar em tudo o que vai mudar na vida. É verdadeiramente de loucos!!!

Não são as coisas grandes que me preocupam (acho que com essas não vai haver problema), são as pequenas coisas que me afligem. Como vivo sozinho há já dois anos são muitas as manias que passei a ter, muitos os hábitos enraizados que sei não serem do agrado da minha cara-metade. Só de pensar que vou ter que voltar a arrumar o quarto até me dá uma coisa má… Mas acho que é neste esforço, nestas alterações dos nossos pequenos hábitos que se mostra o amor que se sente pelo outro. Não são precisos grandes gestos. Bastam os pequenos porque eles têm dentro de si um esforço que não é momentâneo mas continuo. É esse esforço que me tira o sono.

É surreal mas não me preocupo com o como vamos pagar as contas mas sim com o ter que pendurar o fato quando chego a casa. É estranho mas pendurar o casaco é para mim um esforço (prefiro atirar com o dito para cima da cadeira da sala). É que estou a falar de uma coisa que vou ter que fazer não só durante um mês ou um ano mas o resto da vida…

Enfim, podia ser pior, podia estar sozinho nestas mudanças mas sei que a minha noiva também vai ter que fazer alterações nos seu pequenos hábitos e manias. É mais um esforço que vamos ter que fazer a dois

O Expresso mudou de nome?


Quem me dera ter estado Sábado passado em Portugal. Só para me sentar umas três horas nas arcadas do Estoril a devorar o Sol – o novo projecto do José António Saraiva – fumar cigarros e beber um café… expresso, claro. Com as intermitententes interrupções do nosso Silva incluídas no pacote.
Mesmo sem ter visto o novo jornal arrisco que o Sol deverá ser uma espécie de Expresso renovado. Mudou o nome. Mudou o grafismo. Mas o resto… esta lá todo. A alma do antigo Expresso – o senhor supra-citado – é, e continuará a ser, o rei dos directores de jornais escritos em português.
Interessante será ver a luta entre os dois jornais. E quem ganha, claro está, somos nós.

segunda-feira, setembro 18, 2006

Metro-Goldwyn-Mayer Films Presents…



O NOVO SURREALISTA

Sexta-feira, dia 15 de Setembro de 2006

surpresa

de surpreso

s. f.,
acto ou efeito de surpreender ou de ser surpreendido;
sobressalto;
prazer inesperado;
notícia ou coisa que alguém prepara para surpreender outra;
sucesso imprevisto.

Muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito, muito à frente!

sexta-feira, setembro 15, 2006

Guerra e Paz

Há dois anos atrás vivíamos o difícil debate sobre se uma invasão - ou guerra preventiva, como quiserem - ao Iraque poderia evitar o nascimento de uma potência nuclear que poria todo o mundo em risco. O mundo ocidental dividiu-se como já não se dividia desde a II Guerra Mundial. Uns diziam que a invasão era a única saída porque havia provas claras de que o Iraque possuía armas de detruição massiva. Outros que o caminho deveria ser mais cauteloso. Que se deveria esperar. Que, não havendo certeza, se devia dar lugar a diplomacia. O resto toda a gente já sabe.
Na altura alinhei com os primeiros. Até que a razão e a evidencia me fizeram mudar de opinião. Nem todos mudaram. Nem mesmo aqueles que a tiveram mudariam caso a razão tivesse sorrido aos que defendiam a invasão. A inteligencia binária do ser humano explica a questão. São as guerras dentro da guerra. Os que gostam dos americanos e os que não gostam. E o resto também toda a gente já sabe.
Agora poe-se ao mundo outro dilema: o vizinho Irão está, alegadamente, a preparar armamento nuclear. Isto para os primeiros. Para os segundos o Irão quer dar finalmente o passo para as novas tecnologias do sec. XXI.
Esta semana vi na RTP um frente-a-frente entre Pacheco Pereira e Mário Soares e em jeito de flashback ou déjà vu (nao sei bem qual dos quais) vi o primeiro a usar os mesmissimos argumentos que teria usado para defender uma invasão do Iraque ha dois anos atrás.
Será que é so por orgulho e por dinheiro que os homens se matam uns aos outros, seja em batalhas no terreno ou em mesas de debate? Give peace a chance...

quinta-feira, setembro 14, 2006

Ha quem goste!!!






















E para quem não sabe (2), dia 22 de Setembro no Lux Frágil (All night long), Lisboa - Portugal.

Ah, e para quem não sabe (3,) eu escrevo num blog!

quarta-feira, setembro 06, 2006

Para quem ainda nao sabe.

A Saudade é uma espécie de lembrança nostálgica, lembrança carinhosa de um bem especial que está ausente acompanhado de um desejo de revê-lo ou possui-lo.
Uma única palavra para designar todas as nuanças desse sentimento é quase exclusividade do vocabulário da língua portuguesa. A palavra vem do latim "solitas, solitatis" (solidão), na forma arcaica de "soedade, soidade e suidade" e sob influência de "saúde" e "saudar".

Pode-se sentir saudade de muita coisa:
_de alguém falecido.
_de alguém que amamos e está longe ou ausente.
_de um amigo querido.
_de alguém que não vemos há imenso tempo.
_de alguém que não conversamos há muito tempo.
_de sítios (lugares).
_de situações.


A saudade pode gerar sentimento de angústia, nostalgia e tristeza, e quando "matamos a saudade" geralmente sentimos alegria.

Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
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