segunda-feira, agosto 08, 2005

De volta a terras de Portugal

Calmamente cá estou de volta do velhinho Alasca. Não posso dizer que venha mais descansado porque isto de ter um jet leg (ou pena de jacto...LOLOLOL) tem muito que se lhe diga... Lá foi todo um trabalho de fazer coisa nenhuma pelo cano a baixo.

Quanto ao Alasca propriamente dito o primeiro comentário tem que ser sem duvida alguma FRIO, MUITO FRIO. Bolas que aquilo é que é frio. O resultado foi: 5 anginas de garganta (safei-me), uma gripalhada à antiga portuguesa, uns quantos espirros (éramos 11) e uma camisola (ou duas) enfiadas.

A paisagem era linda de morrer e aproveitei para ver animais em liberdade que habitualmente só se vêem em cativeiro. Vi ursos pardos, águias carecas, focas, lontras, leões marinhos, marmotas, castores, baleias, golfinhos, salmões a subir o rio para desovar (dão com cada cabeçada nas pedras que até dói só de ver!!!). Enfim, foi um fartote de vida selvagem. Só não vi sinais do bom e velho alce, que supostamente deveria ser uma espécie de praga naquelas bandas... de qualquer forma valeu bem a pena.

A verdade é que quando voltei já tinha saudades que nem podia desta terra e da minha mais que tudo. Já andava por lá, nas terras frias, a suspirar pelos cantos a contar as horas para a ver outra vez.. Já diz o ditado que quem espera sempre alcança e então lá cheguei ao meu tão querido Portugal e aos braços de quem eu tanto queria para enfim poder descansar.

Ainda não inventaram nada que se pareça sequer ao de leve com esta terra e esta boa gente. (ando um sentimental desde que cheguei....)

Valeu bem a pena a viagem. Gostei do que vi e da experiência de fazer um cruzeiro mas, tão depressa não me apanham noutro.

É verdade, quase me esquecia de contar, eu que sou um rapaz a puxar para o grande (118 kg com 1,82 m de altura) não posso deixar de referir que me senti um verdadeiro modelo junto dos americanos. É que para além de serem todos para o alto deviam ser poucos os que andavam abaixo dos 150Kg e já estou a ser muito conservador no valor. Eles são enormes, comem como se não houvesse amanhã. O pequeno almoço dos jovens é aflitivo. Nem eu consigo comer tais coisas e em tanta quantidade ao almoço. Com esse aparte, que não é assim tão pequeno visto que estava-mos num barco, foi tudo uma coisa do outro munido.
Em suma, uma viagem que valeu bem a pena mas que não penso repetir.

5 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Doutor,
Desde que passou a ser Dr (como agora se diz) dá gosto lê-lo. Na verdade, o Doutor escreve como a minha avó que tinha a 4ª. classe dada por uma professora que na época se apelidavam de regentes e cujas habilitações académicas eram a ... 4ª. classe! Mas, enfim, quem tem um jet leg (ou pena de jacto?!!!)só pode fazer cavalos de pau na aterragem, como se diz em gíria aeronáutica. Do que o Doutor sofre é de JET LAG ou, se quiser, de cansaço aéreo provocado pelas diferenças horárias entre o Alasca e o nosso "puto". Mas falávamos da sua prosa. Toda certinha com sujeito, predicado, complementos directo, indirecto, de modo, de tempo, etc., etc.. Só que um pouco em desalinho. Desejo sinceramente que a paisagem continue linda, mesmo depois de o Doutor a deixar. Num próximo post explique-nos como se "dão com cada cabeçada...". O bom e velho alce já não é praga em nenhum dos sítios onde ainda consegue encontrar um habitat adequado. Olhe Doutor, com o seu peso e a sua altura tem à vontade 40 quilitos a mais; não é propriamente para o grande... Olhe Doutor, quando eu estive nos States, e já lá vão uns bons anos, vi de tudo: altos, baixos, gordos, magros, elegantes, menos elegantes, feias, bonitas... Possivelmente eram todos estrangeiros. Bem Doutor, não me alongo mais. Escreva sempre. Até lá.

11:03 da tarde  
Blogger DM em Caracas said...

Caro primo,
Grandes viagens! Tenho a impressao que nao conhecia ninguem que tivesse alguma vez ido ao Alasca!

10:53 da manhã  
Blogger Gia said...

Caríssimo, eu é que sabia! Nada como o velho Portugal em época estival... Quanto aos hábitos alimentares dos americanos, há que exceptuar a Califórnia, pelo menos de estados como o da Louisiana (em que as pessoas são mesmo monstruosas). Em S.Francisco praticamente não se vêem esses gordalhufos enormes, por exemplo. Ou em Las Vegas, onde tive o prazer de estar 2 vezes.
Apesar disso, a verdade é que a comida que está à venda é absurda. Os bolos são enormes e é tudo doce. A mim espantou-me foi ver pessoas magras, com o que lhes dão a comer...lol.
Bem vindo a casa.

12:56 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Doutor!!! (Dr como agora se diz) que bom tê-lo de volta! Sinceramente não me passou pela pinha que o meu modestissimo comments merecesse do doutor uma letra, quanto mais uns metros delas em fila indiana. Nem sei que lhe diga, tanta é a baba que me cai pelos queixos abaixo (vá lá, permita-me o pleonasmo). Não vou cometer a deselegância de lhe explicar o que é um "pleonasmo", como o doutor fez na resposta que teve a gentileza de dedicar ao meu comment, em que me explica tanta coisa que eu desconhecia, porque isso não provaria nada. Tenho na minha frente os mais de 50 volumes que compoêm a Grande Enciclopédia Portuguesa Brasileira (mais do que o seu peso em papel escrito,pode crer, sempre desactualizado como temos de admitir em qualquer enciclopédia. Quem sabe se, com as novas tecnologias que o nosso Primeiro - não me refiro a nenhum sargento com o doutor certamente percebeu - advoga, não teremos enciclopédias actualizadas just in time?; tenho ainda os 6,950 Kg do Lello Universal (só mesmo o doutor me levava a pesá-lo) e 30 volumes de uma outra enciclopédia que adquiri recentemente na ânsia de me manter actualizado, mas que não passa de uma "shit" tantos sãos os erros e omissões que, num folhear displicente, lhe detectei. Tenho ainda o velhinho Torrinha, (lembra-se? Talvez não. Jovem como é, presumo, pois só um jovem se lembraria de ir ao Alasca nesta altura do ano em que aquilo "é mesmo frio", embora dê couves de mais de 2 metros de diâmetro. Imgine doutor como aquilo será no Inverno!) Falo só da língua de Camões, Bocage, Pessoa, Saramago, etc. como o doutor, estou crente, percebeu.
Vamos então ao conteúdo da sua amabilissima resposta por mim não esperada e que me deixou tão, tão... como hei-de dizer? Prazeroso! Desculpe-me se houver algumas incongruências mas ontem foi dia de festa cá em casa e hoje estou com a boca a saber a papel de música. Sabe como é. Não nos convencemos de que já não somos aquilo que éramos...
"Pois é minha cara ou caro"; não tenho nada a ver com a sua cara, cuja não conheço, mas deveria escrever "...ou meu caro" para respeitar a semântica ( o doutor sabe o que é como é evidente). Assim, sou um "O" como mais à frente no seu comentário assume. O facto de não assinar não me parece relevante nestas coisas da Net. Se eu assinasse "Gigi", "Filó", "Tuxinha", "Manuel", "Joaquim", "António" ou "Zé Camarinha" não levaria o doutor a saber quem eu sou. E, o que eu sou é, como agora se diz, UM internauta (o doutor sabe o que é como é evidente).
Claro que vou continuar a vir a este blog. Dá-me prazer, coisa que cada vez mais é difícil obter de borla. Isto, claro está, enquanto os doutores o permitirem. O blog é vosso e, como costuma dizer-se, na nossa casa só entra quem nós queremos.
Oh doutor! Então passou-lhe pela cabeça que eu não sei o que é uma pedra? Francamente... Quase me ofende. Sei isso desde que a Drª Cesaltina do Rosário, minha querida e saudosa professora de Ciências Naturais (designação arcaica para o que agora chamam Ciências da Natureza, penso eu de que) nos disse em resposta a uma dúvida colocada por um condiscípulo meu na aula da véspera, naquela deliciosa pronúncia caliponense : " a senhora pegou no calhau, plantou-o (sentido figurativo como o doutor sabe) na prancheta do microscópio e bispou (atenção a esta palavra doutor, é uma delícia da nossa lingua; quanto nós, na ignorância dos 16/17 anos, gozámos com ela por nos parecer uma tremenda asneira; a ignorância é, de facto, muito atrevida) que era Arenito Silicioso". Desde esse dia nunca mais esqueci o que é um arenito silicioso e , atenção doutor, não é aquilo que o nome parece indicar!
Quanto a pedras, calhaus, coios, seixos, ofereço-lhe, grátis, que é tudo a mesma coisa. Mas olhe que não é! Já quanto ao salmão, doutor... Por quem é. Estou como peixe na água. Aprendi a nadar (talvez seja mais honesto dizer, a não ir ao fundo), junto com eles. E olhe que nunca estive no Alasca. O doutor sabe, quer dizer, jovem como presumo que é, não tenho bem a certeza que saiba, porque há coisas que deixaram de ser ensinadas na instrução primária após a Revolução Democrática em 25 de Abril de 1974, que tínhamos um rio particularmente rico em salmão (as barragens estragam muita coisa), onde o cujo ia fazer tudo aquilo que o doutor tão amavelmente me ensinou; muito melhor que a minha querida Drª Cesaltina do Rosário (que saudades eu tenho daquela senhora!) o faria.
Mas continuo na minha, doutor. Nunca vi um salmão "dar com uma cabeçada". Até porque nunca vi um salmão com cabeçada (artefacto composto por cachaceira, testeira, faceira, bridão, freio, rédeas, etc. muito usado nas cavalgaduras; temos também os famosos Mendes Cabeçadas que, creio, não são para aqui chamados). Admito, tenho um espírito bastante aberto, que os salmões dêem cabeçadas nas pedras dos rios ou nos calhaus, com a cabeça , como o doutor me ensina e eu, humildemente, agradeço. O resto sobre os salmões aprendi naqueles canais de TV por cabo, Discovery, Odisseia, National Geography... que, aliás, o doutor gentilmente recomenda.
Lamento contradizê-lo, doutor, mas não afirmei que vivi nos "Estates". Estive lá, por umas escassas três semanas. Tal e qual como o doutor esteve no Alasca e eu não deduzi que viveu lá. Interpretações...
Quanto ao erro de ortografia, doutor, não estou a ver bem qual é. Mas, se se refere ao "jet leg", que traduziu, em vez de "jet lag", não é erro, é ignorância, que eu, humildemente o confesso, tenho que chegue.
Finalmente, doutor, abordemos o assunto que, como diz, eu não sei lidar: o sucesso dos outros. Nada mais errado.
Darei assim por terminado, no que me diz respeito, este gostoso bate papo que aqui tivemos e que até já estava a fazer com criasse uma certa empatia por si apesar da sua grandura.
Estou plenamente feliz com o que tenho, com o que consegui na vida, com o sucesso profissional e académico que tive. Tenho particular orgulho por ter o irmão economista, a irmã licenciada em Histórico-Filosóficas, o filho engenheiro, a filha licenciada em Marktingn e os dois sobrinhos médicos. Ele, o meu sobrinho, é Urologista, 1,95 m de altura e uns dedos que mais parecem os dedos de um indiano; ela é Gastroenterologista, é pequenina, mas lida com tubos que chegam a ter 1,5 metros de comprimento.
Eu, sou o que sou.
Apesar de todos estes sucessos familiares, há muita gente lá na terra que não tem deles conhecimento. É que nunca mandámos publicar nenhum anúncio no pasquim lá do sítio, tipo, "com altas classificações terminou o curso de enfermeira a nossa querida conterrânea..." Continuámos a ser os fulanos x, y, z, filhos e ou netos do cicrano w. Gostamos assim. Continuamos a tratar e a ser tratados por "tu" por todos aqueles que nos esmurraram o nariz ou a quem nós o esmurrámos.
Até sempre, doutor. E continue a escrever...como sabe.

1:56 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Caro anónimo,
Obrigado pela excelente prosa e pelos momentos de puro divertimento como já não via/lia há muito tempo.
João, então e esse fair play ?

3:45 da tarde  

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