quarta-feira, janeiro 26, 2005

Psicologia? Politica? Quem paga a consulta?

Hoje não sei bem o que se passou, houve qualquer coisa em mim que deu de si. Não sei bem o quê, não sei bem que parte de mim hoje se foi a baixo e simplesmente perdeu a vontade de continuar a batalhar.

A primeira pergunta que me passou pela cabeça quando me deparei com este meu sentimento foi o de me auto diagnosticar, não fosse eu um quase psicólogo. A pergunta que me fazia ante tal desanimo era “será que estou com uma depressão e não dei por isso?”. Mas não, não era bem isso ainda que alguns dos sintomas latentes na minha maneira de estar dessem essa indicação. Era algo de mais profundo, algo de mais intrínseco, se é que é possível ter algo de mais profundo e intrínseco do que uma depressão, o questionar e duvidar da mais profunda essência do ser. Acho que não e no entanto aquilo que eu sentia era algo que ia para além disso.

Era talvez um sentimento de desanimo isto porque apesar de filiado politicamente quando olho à minha volta, quando olho, não para as minhas opções mas para as opções do País vejo que não é nada disto, está tudo errado.

Não é que eu não saiba em quem vou votar porque apesar de tudo sei. No entanto o meu voto será mais por descargo de consciência do que mobilizado pelo ideal que está subjacente ao voto, a escolha de quem eu quero para governar o meu País, em última análise quem eu quero para me governar a mim.

Quando postas as coisas nestes termos, nos termos de quem vai dar as linhas mestras para a minha evolução, crescimento e afirmação no mundo, quem vai determinar o espaço, a liberdade e condições que vou ter para conquistar o meu espaço, é quando as coisas são postas nestes termos que me vou abaixo. É quando olho com olhos de ver o que tenho pela frente que perco a esperança. E perder a esperança é a pior das coisas que nos pode suceder pois trata-se do último reduto, a última coisa que se perde. A esperança...

Foi isso que perdi quando hoje olhei para os títulos dos jornais, quando olhei para os placares de rua, quando ouvi as noticias na rádio. Foi a esperança que me abandonou. Lembro-me sempre das frases ditas na Assembleia da República pelo PS sobre o discurso de Durão Barroso quando este falava do estado da economia, “não podemos ter o discurso pessimista do país está de tanga...” a verdade no entanto é que hoje nenhum dos políticos que se afigura como candidatos a Primeiro Ministro me parece ter condições para ser o alfaiate, o alfaiate com capacidade de fazer um bom fato para Portugal. É que no meio disto tudo está muito frio e eu, como parte integrante deste país, não me sinto bem de tanga.

Queira Deus que apareça um alfaiate que nos tape as misérias e nos dê novo alento


JAlvim

2 Comments:

Blogger O Reformista said...

Meu caro João
A vida recomeça todos os dias e Deus escreve direito por linhas tortas.
Visita:
http://oreformista.blogspot.com/2005/01/como-resolver-quadratura-do-ciclo.html

10:39 da tarde  
Blogger DM em Caracas said...

Caro primo,

Sei de um alfaiate sério, competente, com boa obra feita e que merece o nosso apoio para termos um bom fato feito à medida para o país.
Esse alfaiate fez muito com apenas 14 deputados no Parlamento e 3/4 ministros nos últimos dois governos. Quanto mais não faria com 30 deputados e 5/6 ministros?

12:58 da tarde  

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