sexta-feira, junho 03, 2005

Sofrimento Necessário

"Apoiemos Reitor do Santuário de Fátima que se insurgiu contra Aborto e "casamento" entre Homossexuais.

O P.e Luciano Guerra, Reitor do Santuário de Fátima está sob fogo de boa parte da grande comunicação social por ter escrito um artigo lúcido em que disse algumas verdades.

O Infovitae convida os seus leitores a lerem o artigo completo, que trancrevemos em seguida, e a manifestarem a sua solidariedade com o senhor reitor: reitoria@santuario-fatima.pt

Grandes rombos na nave da Europa

P. Luciano Guerra

Pelo andar da carruagem pode prever-se (talvez!) que, dentro de alguns anos, os muros mais altos que separam as direitas das esquerdas políticas acabarão por se consolidarem na Sede do Parlamento Europeu. Se assim chegar a ser, e as esquerdas prosseguirem no seu programa de acabar com todo o sofrimento no mundo, e sobretudo o sofrimento que na sua visão, e também no seu ódio, tem origem em convicções religiosas, vamos ter em todos os paí­ses e classes sociais, abortos aos milhões e casamentos de homossexuais aos milhares. Os contentores de resí­duos hospitalares vão transbordar de crianças mortas, muitas delas completamente formadas “ no ReinoUnido o aborto é permitido até à s 24 semanas “ e nos paí­ses mais pobres, mesmo da Europa, corpos esquartejados de bebés vão aparecer em lixeiras de toda a espécie, ao olhar horrorizado ou faminto de pessoas e de animais. Estou a recordar imagens que têm aparecido publicamente, e serão mais numerosas, à medida que o aborto deixar de ser considerado crime.

Até porque haverá sempre mulheres que não têm meios, ou não têm cara, para pedir a um estabelecimento que lhes esquarteje em pedaços o filho das suas entranhas. O aborto clandestino sempre acontecerá, porque ainda acontece nos paí­ses que o despenalizaram. Quanto aos estabelecimentos públicos, onde tudo teoricamente se faz de graça, mas onde as listas de espera continuam a ser regra, até em urgências mais urgentes que acabam na morgue, novas repugnâncias, novas concorrências se vão então perfilar, e novas cunhas em favor de quem mais padrinhos tiver. As listas de operandos tenderão a alargar-se, as reclamações também.

Se do aborto passarmos à união de homossexuais, que as mesmas esquerdas estão a legalizar com o casamento, e que o mesmo Parlamento de Estrasburgo amanhã poderá vir a impor a toda a Europa, o panorama não vai ser mais confortável para a nossa imaginação. Atendendo à militância aguerrida com que também este tema vem sendo orquestrado em todo o espaço europeu, é previsí­vel que dentro de pouco tempo tenhamos visitas de Estado ao mais alto ní­vel, em que uma rainha, talvez sem herdeiros, dará o brasão a outra senhora com estatuto de esposa, ambas de malinha na mão, e o Presidente barbudo de uma grande República se fará maritalmente acompanhar de um outro cavalheiro, que pode ser (sem ironia!) o presidente do Parlamento, um antigo fotógrafo de uma grande magazine, ou até o único marechal da República.

Mas estes casos emblemáticos e possí­veis começam a aparecer como problema sério de sobrevivência civilizacional do nosso continente. Precisamente pela frequência com que situações tão estéreis provocarão a revolta do cidadão comum, que tem direito a viver em ambientes onde possa colaborar para o futuro da humanidade. As mulheres abortistas vão ter acesso aos hospitais onde já faltam camas e serviços para as parturientes, para os doentes das urgências, e para os que estão meses ou anos à espera de serem operados?

Então, por mais fortes que sejam os sentimentos de solidariedade para com os dramas alheios, esta gente vai revoltar-se, numa revolta potenciada ao máximo pela visão do sangue e dos escombros de tantos corpos inocentes atirados para as lixeiras, ou macabramente transformados em cremes de amaciar a pele das próprias mães. E esse pesadelo abrirá feridas muito mais profundas e insuportáveis do que as fissuras abertas pelos dramas das mulheres pobres que morrem em abortos clandestinos. Os dramas são de evitar, mas quando se pretende resolver os dramas de uns à custa dos dramas de outros, torna-se inevitável comparar-lhes as razões e a amplidão.

Então, talvez já tarde, dar-nos-emos conta de que, não podendo evitar todos os sofrimentos, há que ter dó antes de mais dos inocentes assassinados sem chegarem ao menos a ver a luz do sol, e dos cidadãos dos dois sexos que se unem para dar à luz os filhos necessários à sobrevivência da humanidade.

Morrerá a Europa actual? É capaz de morrer. Mas, a julgar pelas palavras finais do Segredo de Fátima, há-de haver convertidos, e não só entre os imigrantes, atentos às feridas da alma Europeia, hão-de colmatar as brechas e fazer a opção pela vida e pelo futuro. Não sem sofrimento. Mas só com o sofrimento necessário."

Foi-me enviado por um anónimo.
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