quarta-feira, julho 13, 2005

O Monstro - dois anos de Portugal


Fonte: Visão

Custa-me ver o que se passa no país. À obsessão do défice de Durão Barroso e Ferreira Leite, Santana Lopes respondeu com "alto astral". Sampaio cortou-lhe as vasas pois já não havia "vida para além do défice". O PS rosnava e dizia que havia alternativa, que era errado apertar o cinto e vender património do Estado. Atrofiava a Economia, diziam.
Depois veio o "fetiche" muito português do "manda tudo abaixo e volta a fazer de novo". O eterno recomeçar. A queda do Santana e o país a pedir "sangue"... novo.
Vieram as eleições. O povo decidiu-se por um candidato com nome de grego. Sócrates. Logo Sócrates. O Pai da filosofia antiga. Um homem de ideias. O nosso... nem sequer nos deu uma ideia do que ia fazer. Nem isso. Deu-nos duas ou três. Uma delas tinha a ver com impostos. À pergunta de um jornalista, em directo num debate na televisão, Sócrates, o português, garantiu que não. Que não ia aumentar os impostos! Mais tarde... aumentou. Seria só uma ideia?
O povo pediu Sangue... novo, levou com Sangue... velho. Veio com um relatório dizer que o país tinha perdido a tanga. Um plágio do primeiro erro que Durão fez assim que chegou ao poder: Provar que o anterior governo não prestava através de uma auditoria às contas públicas.
Sócrates foi um bocado mais longe. Pediu a Victor Constâncio que lhe dissesse quanto gastaria o país se continuasse com o Orçamento que tinha sido aprovado o ano passado. Constâncio disse, prevendo, que o défice público estaria nos 6.83. Uma previsão que o homem quis que fosse aos cêntimos. Um preciosismo para dar credibilidade a uma previsão. Ferreira Leite veio mais tarde apontar este "preciosismo" como "desonesto" e garantiu que se não houvesse Ministro das Finanças isso aconteceria. Mas como há, tem de arranjar forma de atalhar caminho. O PS tem que trabalhar por conta própria.
Agora o Banco de Portugal revê a economia de Portugal em baixa. Ou seja: em Dezembro a instituição presidida por Victor Constâncio previa que a economia crescesse este ano 1,6 por cento. Ontem veio dizer que, afinal, ia crescer apenas 0,5%. Para quê? Para que no fim do ano o governo possa vir dizer com a pompa e a ciscunstância de um Jorge Coelho aos berros em cima de um palanque e soltar os pulmões para dizer: FOMOS NÓS QUE BAIXÁMOS O DÉFICE DE 6,83!!!! FOMOS NÓS QUE CONSEGUIMOS QUE A ECONOMIA CRESCESSE 1,6 E NÃO 0,5!!!

Mas como em Portugal já nos vamos habituando a ladrar enquanto a caravana passa, porque ela não pára e nós não queremos levar com ela em cima, a malta discute o pilim que o Constâncio recebe ao fim do mês. Tásse bem:
«Não há nada que eu possa dizer sobre uma situação para a qual eu não contribui, uma situação que eu não negociei», diz ele.
Aos comunistas, que ao que parece levantaram a questão, ele disse: «É uma visão populista dos problemas do país e daí não virá nada de bom para os interesses dos trabalhadores, porque a prazo essa postura populista não os beneficiará».


Assim vai Portugal

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

...e assim continuará Portugal!

4:15 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

brilhante análise!

9:36 da manhã  

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